Ramon Eleamen e Ualison Pontes integram Força Nacional do SUS. “Às vezes o paciente precisa só ser ouvido”, conta profissional. Ramon Eleamen e Ualison Pontes
Arquivo Pessoal
Acostumados a situações de emergência no Acre, os enfermeiros Ramon Eleamen e Ualison Pontes foram selecionados para integrar a Força Nacional do Sistema Único de Saúde enviada ao Rio Grande do Sul para prestar assistência à população. O estado enfrenta as consequências da maior enchente da história da região que deixou mais de 175 mortos.
“Quando eu cheguei as águas já estavam baixando, fui destacado para o Hcamp de Porto Alegre que ficava dando suporte à Unidade de Pronto Atendimento daquela região. Devido as várias unidades de atenção básica terem sido afetadas, os atendimentos tendem a crescer bastante. Inclusive, o número de doenças decorrentes das águas contaminadas”, explicou Eleamen, que está no estado desde 26 de maio, ao g1.
O enfermeiro, inclusive, é veterano de situações complexas. Em 2023, ele já havia integrado uma equipe da Força Nacional do SUS que atendeu os indígenas da Terra Yanomami durante a crise humanitária em Roraima.
Ramon Eleamen já atuou na crise humanitária Yanomami
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O enfermeiro também já integrou em a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e atualmente atua na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito de Rio Branco.
A Força Nacional do SUS já enviou, até o dia 11 de junho, mais de 450 profissionais de saúde para socorro aos atingidos pelas enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio, conforme dados do Ministério da Saúde.
O MS diz que foram ainda mais de 12,9 mil atendimentos até o dia 10 de junho. Quatro hospitais de campanha estão em funcionamento recebendo pacientes 24 horas por dia.
Ramon Eleamen está no RS desde o final de maio
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“É sem palavras, a gente acaba criando vínculos com esses profissionais que vem de diversas áreas do país e a gente se une em prol de algo maior que é ajudar essas pessoas que tanto precisam da gente neste momento”, contou.
Questionários aplicados durante três semanas no RS apontam que nove a cada 10 pessoas que vivem no estado apresentam sinais de Transtorno do estresse pós-traumático, ansiedade, depressão e esgotamento profissional (burnout) .
E essa situação não passa despercebida por Eleamen. “Às vezes o paciente precisa só ser ouvido. A gente atendeu pacientes com sintomas de ansiedade, depressão. A gente consegue muitas vezes identificar essas situações”, disse.
Momento dramático como o do Rio Grande do Sul pede cuidado com a saúde mental
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