Além de atração física e afeição, há muitos outros fatores que devem ser considerados, dizem pesquisadores. Prioridades, objetivos de vida, gostos e valores em comum são alguns. Namorados, Dia dos Namorados, casal, amor, relacionamento, 12 de junho (imagem ilustrativa)
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O Dia dos Namorados é comemorado nesta quarta-feira (12). Mas você sabe o que é necessário para construir uma relação saudável com outra pessoa? 💕 ?
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Especialistas dizem que existem muitos fatores para considerar em um relacionamento, além da atração física e da afeição. As prioridades, os objetivos de vida, os gostos em comum e valores são alguns deles. E será que é possível gostar muito de alguém e não ter compatibilidade com essa pessoa❓
Segundo a psicóloga e terapeuta de casais Mariana Del Monte, a compatibilidade entre casais pode envolver interesses, afinidades ou não afinidades, hobbys, valores, mas a grande questão é entender como gerenciar essas diferenças.
“Se as diferenças são gerenciáveis, a gente pode ampliar essa compatibilidade no relacionamento. Se não, esse relacionamento com certeza vai ser muito mais conflituoso”, diz a terapeuta.
De acordo com Mariana, a compatibilidade entre um casal interfere na qualidade do relacionamento, e na própria sustentabilidade da relação.
“Quando o casal é mais compatível, em personalidade, valores, crenças, objetivos de vida, em gostos, afinidades, claro que vai ser uma relação muito mais fluida. A comunicação vai fluir melhor, e vai haver mais satisfação, mais prazer no relacionamento e mais facilidade de crescer juntos, porque o casal vai estar alinhado”, explica a especialista.
Compatibilidade e diferenças entre um casal
Para a psicóloga Thirza Reis, não há problema em haver diferenças entre o casal.
“Quando você começa uma relação, algo você viu no outro que te despertou interesse. Então, algum nível de compatibilidade sempre há, ainda que seja de projeção. O importante é que a gente atravesse essa projeção inicial, da expectativa que a gente constrói do outro, para uma compatibilidade real, sustentável e respeitosa”, diz Thirza.
A psicóloga aponta que em um relacionamento uma das coisas mais importantes é a abertura para o outro. “Às vezes as pessoas são até diferentes em pontos de vista, posicionamentos, mas o desejo de construir uma relação que seja gostosa para ambos, que não anule o outro, mas que também não anule a si mesmo, é compartilhado. E essa abertura pode construir uma compatibilidade mesmo quando ela não existe inicialmente”, diz Thirza.
De acordo com Mariana Del Monte, ser compatível não quer dizer ser igual.
“As diferenças são bem vindas porque elas ajudam, inclusive, a responder uma das funções de um relacionamento, que é justamente o crescer junto, estimular um ao outro, trazer visões diferentes de mundo, poder ampliar o repertório um do outro por meio das diferenças”, afirma Mariana.
“Quanto mais um casal consegue ser complementar nas suas diferenças, mais ele vai conseguir ser compatível”, diz Mariana Del Monte.
Sinais de alerta para incompatibilidade na relação🤔💔
Se a compatibilidade é indispensável, como saber quando o relacionamento é incompatível? Para a psicóloga e terapeuta de casais Mariana Del Monte há alguns sinais que podem ser um alerta dentro da relação, como instabilidade emocional e muitos altos e baixos.
“Geralmente aqueles namoros que são muito instáveis emocionalmente, que a gente chama de namoros de gangorras emocionais, com muitos altos e baixos, baixos muito intensos e frequentes, e com os altos da relação muito apaixonados, a gente costuma dizer que são relacionamentos que possuem uma química esquemática maior. A química esquemática é quando as feridas emocionais dos parceiros se atraem”, diz a especialista.
Mariana conta que muitos estudos mostram como a escolha do parceiro amoroso é inconsciente. “Quando a pessoa não está madura e não está curada, ou trabalhada nas suas pendências emocionais, ela vai levar essas feridas para a escolha amorosa dela e para o relacionamento, e assim, essas feridas vão estar em evidência”, explica.
Segundo Thirza Reis, em todo relacionamento, o autoconhecimento ajuda as pessoas a terem relacionamentos mais maduros.
“No autoconhecimento a pessoa começa a entender o que é negociável e o que é inegociável. Então, antes mesmo de pensar na compatibilidade com o outro é importante que haja uma busca anterior e interior para que a gente tenha essa noção do que é negociável ou não para mim, do que é viável ou não para mim”, diz Thirza.
“O que é possível, tolerável, intolerável, quanto mais claro isso for, melhor porque assim você consegue estabelecer limites sem botar a responsabilidade no outro, sem ‘vilanizar’ o outro”, diz a psicóloga.
Quando a falta de compatibilidade leva ao fim do relacionamento
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Mariana Del Monte trabalha há 23 anos com casais e afirma que cada caso é diferente.
“Tem casais que casam incompatíveis, mas depois que trabalham o lapidar da personalidade e o desenvolvimento de habilidades e recursos relacionais, vão encontrando uma compatibilidade maior. Mas também já atendi casais que não conseguem construir essa compatibilidade depois de já terem se unido”, diz a terapeuta.
Segundo ela, há casais incompatíveis que não conseguem fazer a gestão dos conflitos, mesmo depois de ter buscado ajuda profissional. “Se já tentaram por um tempo e não conseguiram, talvez seja um sinal, uma mostra de incompatibilidade. Além disso, quando os estilos de vida são conflitantes, nas escolhas dos hábitos e na organização de vida e de objetivos futuros, como ter ou não ter filhos, por exemplo, é mais difícil”, explica a terapeuta.
No entanto, para a especialista, é sempre importante tentar. “O que acontece muito é que sem nem ter tentado nada, o casal já no namoro, ou até no começo do casamento já se separa”, diz ela.
“Quando existem incompatibilidades mais leves, que não trazem aquela sensação de infelicidade, ou insatisfação crônicas, constantes, vale a pena buscar uma ajuda profissional, desenvolver recursos e habilidades de comunicação e de gestão de conflitos para poder ver o quanto o casal consegue contornar essa incompatibilidade”, diz Mariana.
Para Thirza Reis, mesmo com incompatibilidades como diferenças de estilo de vida é possível ter uma relação viável. “Mas o nível de esforço que esse casal vai precisar fazer pra se manter junto vai ser muito maior”, alerta.
“O mais importante não é nem a compatibilidade nesse sentido, mas sim a disposição e a abertura para o outro. Então, o desejo de construir algo junto, esse precisa ser o inegociável da relação. Se não houver compatibilidade nisso, aí o casal está em apuros”, diz Thirza.
Segundo a especialista, se a incompatibilidade é no desejo de estar junto, é melhor que cada um siga o seu caminho. “A única incompatibilidade realmente difícil de ser transposta é essa. As outras todas, se há disposição, desejo e abertura para construir das duas partes, a gente consegue”.
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