15 de janeiro de 2025

Dia da Cardiopatia Congênita: conheça a história do menino de 3 anos que já passou por seis cirurgias cardíacas

Garoto de Itapetininga (SP) que nasceu com cardiopatia congênita é autista e já fez 6 cirurgias cardíacas. Mãe conta que comemorou a primeira reunião do filho sobre desenvolvimento na escola, uma vez que as últimas tinham sido sobre condições de saúde e com médicos em hospitais. Francisco foi diagnosticado com a cardiopatia congênita enquanto sua mãe ainda estava grávida em Itapetininga (SP)
Monique Pontes/Arquivo pessoal
O pequeno Francisco Pontes Domingues, de 3 anos, tem o que a família dele chama de “coração especial”, condição que o fez passar mais da metade da vida dentro de hospitais, além de ter sido submetido a seis cirurgias cardíacas neste tempo. A família é de Itapetininga, interior de São Paulo, e celebra hoje até uma ida à escola, que antes não era possível, apesar de ser uma atividade comum para qualquer criança.
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No dia 12 de junho é comemorado o Dia da Cardiopatia Congênita, doença que causa uma anormalidade na função ou estrutura do coração dos bebês. A mãe do pequeno Francisco descobriu a cardiopatia do filho na 29ª semana de gestação, o menino nasceu em 23 de dezembro de 2020 durante a pandemia.
Família de Itapetininga (SP) se preparou para receber Francisco, que possui cardiopatia congênita
Monique Pontes/Arquivo pessoal
Segundo a mãe dele, o diagnóstico da sua cardiopatia atresia pulmonar com comunicação interventricular (CIV) foi recebido através de um ultrassom 4D.
“Foi um momento de luto do ‘filho idealizado’, não conseguia entender como um bebê já poderia nascer com problemas de coração. Fomos seguindo as orientações dos médicos que foram surgindo, onde nos encaminhavam íamos. Fizemos vários exames até fechar o laudo concreto. Lembro que eu não tinha vontade nem fazer as malas”, relata Monique Pontes Domingues, professora e mãe de Francisco.
Francisco, de Itapetininga (SP), passou mais da metade da vida internado em hospitais
Monique Pontes/Arquivo pessoal
Depois que o susto passou, a família começou a se preparar para receber Francisco. Monique estudou sobre cardiopatia congênita e conversou com outras mães de filhos com mesma condição cardíaca pela internet, mas mesmo com todo este preparo, quando ele finalmente nasceu a realidade era bem diferente.
O pequeno passou por três cirurgias de peito aberto e três via cateterismo, porém, teve mais duas reabordagens cirúrgicas devido a uma infecção no corte do peito.
O menino precisou passar por cirurgias de peito aberto
Monique Pontes/Arquivo pessoal
✏️Reunião na escola e não no hospital
Na primeira semana de junho de 2024, Monique se emocionou ao participar pela primeira vez de uma reunião de pais na escola de Francisco, desta vez, era uma reunião para falar do desenvolvimento intelectual do seu filho e não condição de saúde, como ela já estava acostumada com médicos em hospitais.
“Fiquei emocionada e agradecida por estar vivenciando aquele momento. Depois de muitas reuniões com médicos para decidir sobre tratamentos e cirurgias, com terapeutas, ali estava eu, na escola”, relata a mãe.
No começo, Monique explica que foi difícil tanto para o filho frequentar as aulas quanto para a escola se adaptar para recebê-lo, pois além dos problemas de saúde relacionados ao coração, Francisco também tem o transtorno do espectro autista (TEA).
Francisco conseguiu se desenvolver e adaptar à rotina escolar em Itapetininga (SP)
Instagram/Reprodução
❤️Tratamento para a vida toda
Francisco precisa passar por consultas com sua cardiologista e fazer ecocardiograma a cada 3 meses. Com a neurologista, a cada 6 meses e com um imunologista pelo menos uma vez por ano.
Monique também explica que o quadro clínico do filho é estável, portanto, sua condição não o impede de fazer as coisas referentes a sua idade. Ele pratica natação, vai a escola, viaja e brinca normalmente, tomando cuidado para não cansar demais e usando bombinhas de alívio.
“Ele cansa sim em alguns momentos, mas é algo passageiro, no qual ele mesmo já sabe controlar”, destaca Monique.
O menino terá que fazer pelo menos mais dois procedimentos cirúrgicos de peito aberto, devido a troca do tubo que está em seu coração, que é artificial e não acompanha o crescimento do seu corpo. A quantidade de vezes que será preciso trocar este tubo é incerta, pois sempre dependerá de como o corpo dele irá reagir.
Francisco tem uma vida normal, com brincadeiras e esporte, apesar de seus problemas no coração
Monique Pontes/Arquivo pessoal
*Colaborou sob supervisão de Carla Monteiro
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