Candidatura é tida pelo tucanato como resgate do PSDB na capital, que já foi governada seis vezes pela legenda e aliados. Partido está sem representação na Câmara Municipal depois que decidiu abandonar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB). Datena tem até 30 de junho para deixar de apresentar programas na TV. O apresentador de programas policiais José Luiz Datena, da Band e filiado ao PSDB desde o início de abril de 2024.
Reprodução/Youtube/Band
O Diretório Municipal do PSDB em São Paulo lança na manhã desta quinta-feira (13) a pré-candidatura do apresentador José Luiz Datena à prefeitura da capital paulista para o pleito de outubro.
Conforme o g1 adiantou, o lançamento oficial de Datena acontecerá em evento no Jaraguá Novotel, na região central da cidade, e o partido promete um encontro com diversas lideranças que permaneceram nos últimos anos na sigla, depois de derrotas eleitorais tucanas.
Nomes como o do presidente nacional do partido, Marconi Perillo, o do deputado federal Aécio Neves e o do ex-governador do Paraná, Beto Richa, estão entre os convidados para o evento.
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Convite do PSDB para o lançamento da pré-candidatura de Datena à Prefeitura de SP em 2024.
Reprodução
A ideia dos tucanos é que o lançamento da pré-candidatura do apresentador seja um grande ato de reafirmação da força do PSDB na capital paulista, cidade que é o berço do partido.
A capital paulista já foi governada por prefeitos tucanos e seus aliados ao menos seis vezes: com Mario Covas – que na época era do PMDB e deixou o partido para fundar o PSDB – José Serra, Gilberto Kassab (vice de Serra que assumiu apoiado por parte dos tucanos), João Doria, Bruno Covas e Ricardo Nunes.
Nunes é do MDB, mas foi alçado à prefeitura depois da morte de Bruno Covas por câncer, em maio de 2021. Ao assumir, o atual prefeito, que tenta a reeleição, manteve boa parte dos tucanos na gestão.
O partido deixou de apoiar a reeleição de Nunes após ter sido escanteado na escolha do vice na chapa. Em reunião fechadas, Nunes e o MDB admitem que o vice será uma indicação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O divórcio entre Nunes e o PSDB levou ao esvaziamento do tucanato na Câmara Municipal de São Paulo. Todos os sete vereadores que compunham a bancada do partido no Legislativo paulista deixaram a sigla na janela eleitoral de abril, desidratando o partido no seu principal reduto.
Em conversa com o g1 em meados de maio, o presidente municipal do PSDB em São Paulo, José Aníbal, admitiu que a entrada de Datena na disputa pela capital paulista tem também o objetivo de fortalecimento do tucanato no maior Colégio Eleitoral do Brasil.
A ideia da sigla é construir com a candidatura do apresentador “uma robusta chapa de candidatos a vereador na cidade até final de julho”, disse Aníbal.
Histórico de desistências
José Luiz Datena e Tabata Amaral, na época da filiação do apresentador ao PSB, quando era cotado para vice da deputada federal.
Reprodução/Redes Sociais
O PSDB é o 11° partido a que Datena já se filiou ao longo das últimas décadas. Ele já desistiu de se lançar oficialmente na política quatro vezes e, dentro do PSDB, não se descarta 100% que ele possa desistir novamente.
O apresentador já fez parte de partidos como PT, PP de Paulo Maluf, o antigo DEM e o União Brasil, além de PSC, PDT, MDB e PSB.
Desta vez, o apresentador tem a seu favor a última pesquisa eleitoral que já o coloca com 8% das intenções de voto, segundo o Instituto Datafolha.
O levantamento divulgado em 29 de maio mostra Datena atrás de Guilherme Boulos (PSOL), que tem 24% e está tecnicamente empatado com Ricardo Nunes (MDB), que tem 23%.
Datena aparece empatado com a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que também tem 8%, e Pablo Marçal (PRTB), que apareceu com 7% das intenções de voto (veja a pesquisa completa aqui).
Caso decida levar adiante a candidatura à Prefeitura de São Paulo desta vez, Datena tem até o dia 30 de junho para deixar de apresentar o programa “Brasil Urgente”, da Band.
Segundo a Lei Eleitoral, todos os pré-candidatos que apresentem programas de rádio ou televisão ficam proibidos de fazê-lo a partir desta data.
Já em 6 de julho, passam a ser vedadas algumas condutas por parte de agentes públicos, como a realização de nomeações, exonerações e contratações, assim como participar de inauguração de obras públicas.