16 de janeiro de 2025

Aliança em bolo de Santo Antônio é esperança para idosa se casar: ‘não tem idade para o amor’

Entre pessoas, histórias de amor e fé, famílias se reuniram com a esperança de achar uma aliança no potinho do doce típico. Santo Antônio, o santo casamenteiro, é padroeiro de Campo Grande. Josefa Maria, de 65 anos, comprou um bolo de Santo Antônio
Rafaela Palieraqui/g1 MS
Não eram nem 7h e as filas já se formavam em frente à Catedral de Santo Antônio, em Campo Grande, nesta quinta-feira (13). Todos estavam no local por um motivo: garantir um pedaço do bolo típico do santo.
“Estou em busca da aliança e de casar, não tem idade para ser feliz. Não tem idade para o amor”, disse Josefa Maria, de 65 anos, durante a celebração do santo padroeiro de Campo Grande.
Neste ano, a montagem dos bolos começou no dia 5 de maio e levou dias para serem terminados. Por oito dias, uma equipe com 100 voluntários da comunidade se revezaram em três turnos para montar as massas, o chocolate, chantilly e as duas mil alianças. Foram produzidas cerca de três toneladas de bolo, totalizando aproximadamente 15 mil potes.
Entre pessoas, histórias de amor e fé, famílias se reuniram com a esperança de achar uma aliança no potinho do doce típico.
Rafaela Palieraqui/g1 MS
Entre as pessoas, histórias de amor e famílias se reuniram com a esperança de achar uma aliança no potinho do doce típico.
Uma das fiéis que estava na fila era Josefa, que encontrou o anel uma vez, mas ainda não desistiu de encontrar outros e se casar. “Eu acredito no amor, por isso estou aqui novamente”, conta a idosa, que espera se casar um dia.
Além da idosa, uma família foi em busca dos anéis e encontraram três alianças
Rafaela Palieraqui/g1 MS
Além da idosa, uma família foi em busca dos anéis e encontrou três alianças. Lindomar, de 52 anos, tem o costume de comprar o bolo todos os anos com a esposa e o filho. Os três potes estavam recheados, mas não só de chocolate, todos tinham a aliança típica.
Não contentes com apenas três, Lindomar e o filho Lorenzo, de 10 anos, entraram na fila novamente e pegaram mais potes.
Lindomar e o filho Lorenzo compraram mais bolos
Rafaela Palieraqui/g1 MS
Também, houve pessoas que não planejavam ir à catedral, mas decidiram de última hora comprar. É o caso da Ana Lúcia Franco, de 38 anos, que estava assistindo um jornal no início da manhã e correu para a igreja.
“Eu levantei e falei vamos agora, peguei meu cachorro e saí correndo com ele, achando que teria uma fila imensa, mas está fluindo, está ótimo”, relembra Ana Lúcia.
Além dos católicos que seguem a religião há muitos anos, Letícia Martins de Souza se converteu recentemente e foi a catedral de moto para comprar o pote de bolo, esperando que se case um dia.
Letícia Martins de Souza foi em busca do bolo
Rafaela Palieraqui/g1 MS
Padroeiro de Campo Grande
Filas de carros e pessoas para receberem o bolo de Santo Antônio
Rafaela Palieraqui/g1 MS
Ana Cristina, de 51 anos, entrou na comunidade de Santo Antônio em 2020 faz parte da comunidade a praticante 3 anos. “O motivo de estar aqui é gratidão. Tudo que a gente recebe, a gente faz com muito carinho. Eu participo da produção da massa e cada massa que eu bato, eu coloco amor”, afirma Ana Cristina.
Padre Wagner Divino conta sobre a história de Santo Antônio e a importância para a capital do Mato Grosso do Sul. “Enquanto vivo, as pessoas não se dirigiam e diziam Frei Antônio, elas iam e o chamavam de Santo Antônio”, conta o padre.
De acordo com o padre, Santo Antônio é conhecido como taumaturgo, conhecido por ser milagreiro.
“Santo Antônio continua sendo um homem forte na realização desses milagres e as pessoas nos testemunham isso com muita frequência”, afirma o padre.
Padre Wagner Divino, da catedral de Santo Antônio
Rafaela Palieraqui/g1 MS
Uma curiosidade que o religioso contou é que a avenida Calógeras, em Campo Grande, era conhecida antigamente como a “avenida de Santo Antônio”. “No contexto da Segunda Guerra Mundial foi construído o CMO, por isso a mudança no nome da via”, explica o padre.
O santo é padroeiro da cidade devido à devoção de José Antônio Pereira, fundador da capital. “Santo Antônio era bem financeiramente e ajudava jovens, especialmente mulheres, que não tinham relevância social naquele contexto e, o santo era provedor para que as moças pudessem construir uma família”, explica o padre.
Celebração de Santo Antônio em Campo Grande (MS)
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