Gustav Klimt e Antoni Gaudí: dois artistas que viveram na mesma época, em uma mesma Europa, e que tinham a mesma vontade de criar uma arte nova: Art Nouveau. Uma exposição em São Paulo une a genialidade de Gustav Klimt e Antoni Gaudí com a tecnologia
A genialidade de dois artistas europeus está em exposição que une arte e tecnologia em São Paulo.
Enxergar a arte pelas lentes da tecnologia, enquadrada em outras molduras ou sem nenhum contorno. Foi assim o primeiro contato de estudantes que voltaram para escola pública já adultos com dois dos artistas mais “fora da caixa” da virada do século XX. O pintor austríaco Gustav Klimt e o arquiteto catalão Antoni Gaudí. “Klimt e Gaudí, o impossível existe”, é o nome da exposição. Para Elineusa e para o Alexandre faz todo o sentido.
“É uma arte viva. A gente sente arrepio na pele. O chão começou se mexendo”, conta Elineusa.
É que no chão e nas paredes dançavam os cartões-postais de Barcelona, obras de Gaudí. Os traços curvos e as imagens da Igreja da Sagrada Família, obra-prima do chamado “arquiteto de Deus”. E quando a valsa foi trilha sonora do balé das pinturas de Klimt, Dona Maria Aparecida, de 74 anos, deixou a emoção fluir pelos pés.
“Nem pensava em passar em um, como se diz, ir em uma exposição dessa. Jamais. Muito lindo”, diz a estudante Maria Aparecida.
Exposição “Klimt e Gaudí, o impossível existe”, em São Paulo
reprodução JN
São dois mundos diferentes – mas conectados. Dois artistas que viveram na mesma época, em uma mesma Europa, e que tinham a mesma vontade de criar uma arte nova, Art Nouveau, em francês. A viagem da Barcelona de Gaudi até a Viena de Klimt passa por esse desejo de romper com os padrões.
“É um pintor revolucionário, que usou folhas de ouro, que usou metais preciosos. E um outro arquiteto que usou natureza, troncos, os ossos, as folhas como elementos – inclusive dinâmicos de sua arquitetura. Transgrediram de maneiras próprias. E é isso que a gente está vendo aqui”, explica Davi Telles, diretor executivo da exposição.
Mas a estudante Maria José Silva reparou mesmo nos detalhes: “Isso ajuda muito a gente a crescer. A raciocinar, a pensar que o ser humano é capaz de construir, de criar”.
“Foi emocionante ver os nossos estudantes, que vivem em uma situação de vulnerabilidades e ter esse sentimento de pertencimento”, afirma Maria Adélia Gonçalves Ruotolo, coordenadora-geral do Cieja.
Hipnotizado pelas projeções, o estudante Antônio José Romeiro também via passar diante dos olhos o filme da própria vida:
“É que para mim, que moro no centro de convivência, isso é uma experiência ímpar. A vida tem uma continuidade, que tudo pode se renovar”, diz.