A Rússia quer o seguinte para parar com os bombardeios: que a Ucrânia ceda a Moscou o controle de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia. Putin anuncia condições para acabar com guerra na Ucrânia
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta sexta-feira (14) as condições para acabar com a guerra na Ucrânia. Os ucranianos declararam que as exigências são absurdas.
A Rússia quer o seguinte para parar com os bombardeios: que a Ucrânia ceda a Moscou o controle de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia. O governo russo alega ter anexado essas regiões em 2022, em um referendo não reconhecido internacionalmente.
A proposta de Putin exige também que a Ucrânia recue suas tropas. E, ainda, que o governo ucraniano abandone a candidatura para entrar na Otan, a Aliança Militar do Ocidente, e que se desmilitarize.
Para surpresa de ninguém, a Ucrânia não aceitou nada disso. Na Itália, na reunião do G7, o presidente Volodymyr Zelensky disse que a oferta não era nem confiável; que mesmo que as exigências fossem cumpridas, Putin não pararia de atacar. O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse que Putin não está em posição de fazer exigência alguma à Ucrânia.
A proposta da Rússia veio no dia seguinte a um anúncio inédito do G7: de que eles vão usar os juros do dinheiro russo congelado em bancos ocidentais para ajudar a Ucrânia. Esses juros vão servir de garantia para empréstimos em um total de US$ 50 bilhões, que o governo da Ucrânia vai usar para comprar armas e reconstruir o país. Putin chamou isso de roubo e falou que a medida não vai ficar impune.
Também nessa sexta (12), Putin afirmou que, nas palavras dele, o “egoísmo e hipocrisia dos países ocidentais” levaram a uma “reviravolta perigosa” no cenário geopolítico e que o mundo está entrando “em um caminho sem volta”.
Nesse fim de semana, representantes de mais de 90 países, incluindo a Ucrânia e o Brasil, vão discutir um outro plano de paz – esse liderado pelo Ocidente. A Rússia não foi convidada.