Terceira edição do evento criado para valorizar e disseminar cultura sobre a planta indispensável na fabricação da bebida ocorre neste sábado (15), a partir das 13h; veja a programação. Copa Brasileira de Lúpulos: g1 encara teste cego com cervejas brasileiras
Indispensável na fabricação de cervejas, o lúpulo tem ganhado espaço no agro brasileiro, contrariando velhos conceitos sobre sua produção. Para valorizar e disseminar a cultura sobre a planta, cientistas, produtores e cervejeiros criaram a Copa Brasileira de Lúpulos, que chega à terceira edição neste sábado (15), em Campinas (SP).
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A novidade deste ano é que além das análises químicas e sensoriais para avaliar as melhores amostras no Brasil – 76 de 35 diferentes produtores -, os participantes poderão conferir de um workshop sobre o produto e um festival com cervejas exclusivas feitas com os lúpulos nacionais, com ingressos a partir de R$ 100 – veja a programação abaixo.
E parte dessas cervejas com lúpulos nacionais foi apresentada ao g1, que encarou um teste cego com cinco diferentes bebidas. Longe do conhecimento técnico da mesa que integra o evento, o jornalista Fernando Evans não acertou nenhuma das opções – assista acima.
O desafio foi promovido por Wagner Falci, presidente do Polo Cervejeiro da Região Metropolitana de Campinas, além de Duan Ceola e Aureliano Meirelles, idealizadores da Copa Brasileira de Lúpulos.
Contrariando a literatura
Duan Ceola, mestre em química pura e cervejeiro, realiza pesquisa e análises de lúpulos desde 2017, quando a produção da planta começou a engatinhar no Brasil, contrariando velhos conhecimentos do setor.
Ele destaca que a literatura cervejeira, em especial a europeia e norte-americana, menciona sempre regiões específicas do globo para o cultivo do lúpulo, cuja produção é quase que na totalidade para atender a indústria da bebida – 97%, destaca.
“A literatura destaca que o lúpulo é refém do fator latitude, ele precisa de uma iluminação prolongada, ele não precisa de muito sol, mas precisa de um longo dia. Quanto maior o dia, maior a qualidade. Aqui no Brasil ainda não conseguimos obedecer esses parâmetros, mas algumas variedades estão se adaptando, e outras o cultivador consegue prolongar esse fator com ajuda da iluminação artificial”, explica.
Duan Ceola, Aureliano Meirelles e Wagner Falci (da esq. para dir.), organizadores da Copa Brasileira de Lúpulos realizada em Campinas (SP).
Fernando Evans/g1
Segundo Ceola, o cultivo e expansão da produção no Brasil, “consistente e de qualidade”, prova que esses fatores não são mais problemas, e que o cultivo nacional podem beneficiar a cadeia, que cada vez mais utiliza o insumo, antes 100% importado.
“O lúpulo pode ser aplicado para a parte amarga, parte aromática, ou a combinação dos dois. Sensorialmente falando, cada vez mais tem aumentado a quantidade de lúpulo adicionado à cerveja. Nos últimos 10 anos, aumentou em sete vezes a quantidade adicionada às cervejas, por conta de bebidas mais lupuladas. Mais um motivo para fomentar essa cultura”, afirma.
Aureliano Meirelles, doutor em engenharia de alimentos pela Unicamp, pontua que a Copa Brasileira de Lúpulos nasceu para fomentar essa cadeia, do desenvolvimento a comercialização.
“O que percebíamos era que tínhamos melhora na qualidade, mas o mercado não tinha tantas informações. E assim como tem os concursos cervejeiros, resolvemos fazer uma competição amistosa de lúpulos para criar um ambiente de aproximação, principalmente o mercado das cervejarias artesanais”, explica.
Meirelles detalha que entre os quatro ingredientes para fabricação da cerveja – água, malte, levedura e lúpulo -, é a planta que garante a maior aceitação da bebida.
“Se não fosse o lúpulo, teríamos uma bebida doce. Então a ideia é aproximar os produtores, disseminar conhecimento, para que consigam aperfeiçoar seus processos. Quem ganha é o mercado brasileiro”, completa.
Fazendas produtoras de lúpulo de todo o Brasil enviaram amostras para a competição
Augusto Marques
Workshop e Festival de Cerveja
O evento começa às 13h deste sábado (15) com um workshop composto por palestras e mesas redondas que abordam temas que vão desde o processo de cultivo do lúpulo até a comercialização do produto.
Já o Festival de Cerveja, com início programado para 19h, no mesmo ambiente, haverá degustação livre de até 20 cervejas feitas com lúpulos nacionais e rodízio de lanches “Boquinha de Anjo” e mini-burguers.
Programação
13h30 – 13h45: Abertura com Duan Ceola e Kalamazoo
13h45 – 14h: Apresentação Aprolúpulo – Herman Wigman
14h – 15h: Mesa Redonda – Comercialização e Cooperativismo no Lúpulo com Amaro Valcazara (Starts Hops) e Murilo Ricci (Pé de Galo Hops)
15h – 15h30: Coffee Break
15h30 – 16h: Secagem de Lúpulo – Felipe Wigman
16h – 16h30: Composição Química do Lúpulo e sua Utilização na Cerveja – Duan Ceola
16h30 – 17h30: Mesa Redonda – Expectativas e Necessidades das Cervejarias em Relação à Produção de Lúpulo Nacional com Wagner Falci (Daoravida), Guilherme Matheus (Mafiosa), Mariana Maranho (Trilha) e Estevão Chittó (Suricato)
19h às 0h: Festival e premiação
Serviço
Festival de Cervejas e Cerimônia de Premiação
Data: sábado, 15 de junho
Horário: Workshop das 13h30 às 17h30 | Festival das 19h às 0h
Local: Espaço 301
Endereço: R. Amélia Bueno, 301 – Taquaral, Campinas – SP
Quanto: Workshop – R$100,00 / Festival + Cerimônia de Premiação: R$ 155,00
Ingressos: podem ser adquiridos pelo site
Duan Ceola, Aureliano Meirelles e Wagner Falci (da esq. para dir.), organizadores da Copa Brasileira de Lúpulos realizada em Campinas (SP).
Fernando Evans/g1
*Sob supervisão de Fernando Evans
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