Segundo a diretoria do museu, localizado no Centro de Belo Horizonte, todas as obras levadas pertencem ao acervo de marcenaria. Instituição guarda 2,5 mil peças originais dos séculos XVIII ao XX. Bandido invade Museu de Artes e Ofícios e leva peças do acervo
O Museu de Artes e Ofícios, no Centro de Belo Horizonte, foi arrombado na manhã deste sábado (15), e 17 peças foram furtadas. O suspeito foi preso no início da tarde, e uma obra tinha sido recuperada até a última atualização desta reportagem.
Segundo a diretoria do museu, todos os artigos levados pertencem ao acervo de carpintaria, como formões, pequenos martelos e canivete.
“Estas peças não possuem valor financeiro e sim histórico e cultural. São peças voltadas para área de carpintaria, sendo formões, pequenos martelos, canivete, arco de pua, entre outras”, esclarece.
O arrombamento foi depois das 6h. O suspeito teria quebrado um do vidros do museu para ter acesso às obras.
Museu da Praça da Estação, em BH
Guilherme Pimenta/TV Globo
Suspeito quebrou vidro para acessar museu em Belo Horizonte
Sesi Fiemg/ Divulgação
A principal doadora do museu, Angela Gutierrez, disse que recebeu com “tristeza e desânimo” a notícia do crime.
“Um ato de total desrespeito a uma coleção importante que representa tanto para a cultura mineira e brasileira”, disse.
A investigação deve ser conduzida pela Polícia Federal (PF), porque o acervo é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Mais de 20 peças foram furtadas do Museu de Artes e Ofícios
Sesi Fiemg/ Divulgação
Em funcionamento
Apesar da reforma da Praça da Estação, onde está localizado o museu, o espaço está funcionando normalmente. Neste sábado (15), excepcionalmente, permaneceu fechado por causa do furto.
Museu de Artes e Ofícios
O Museu de Artes e Ofícios está aberto ao público desde janeiro de 2016, instalado na antiga Estação Ferroviária Central de Belo Horizonte. Foi criado, segundo seus organizadores, a partir da doação de mais de 2.500 peças que retratam o período pré-industrial brasileiro.
“Celebra a riqueza da produção popular, dos fazeres, dos ofícios e das artes que deram origem às profissões que conhecemos hoje”, destaca a gestão do museu, complementando que a sua implantação impulsionou a requalificação da Praça da Estação, marco inaugural da capital.
Além disso, o Museu conta a história de dezenas de atividades profissionais que deram origem à indústria de transformação em Minas Gerais. São 2,5 mil peças originais dos séculos XVIII ao XX, entre instrumentos, utensílios, ferramentas, máquinas e equipamentos. “Elas representam antigos ofícios em setores tradicionais como: mineração, lapidação e ourivesaria, alimentício, tecelagem, energia e curtumes”.
A narrativa do museu, ainda segundo os organizadores, remonta às origens dos processos fabris, em sua confluência com as artes manuais, o artesanato e a manufatura, valorizando a trajetória da industrialização mineira e as habilidades de seus trabalhadores.
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