17 de janeiro de 2025

‘Tô desesperado aqui’: PM reformado preso em MG por estuprar crianças diz ter medo de morrer na prisão

Roberto Emídio Pereira foi localizado em Uberlândia na manhã de quarta-feira (12) e é suspeito de estuprar pelo menos três crianças de uma mesma família em Brasília e em Goiás. Ele responde pelos crimes de estupro de vulnerável e ameaça. Mensagens em que Roberto tenta subornar o pai das crianças para que a denúncia fosse retirada
Reprodução/Arquivo pessoal
O policial militar reformado Roberto Emídio Pereira, preso suspeito de estuprar pelo menos três crianças de uma mesma família em Brasília e em Goiás, disse, em conversa com o pai das crianças que foram vítimas dele, que tinha medo de morrer na prisão.
O g1 teve acesso as mensagens em que o policial confessa os abusos contra o menino de 10 anos e diz que não chegou a machucá-lo. Roberto também tenta subornar o pai das crianças e pede que ele retire as queixas, uma vez que as penas são pesadas para policiais.
“Se for a julgamento eu não vou mentir e a pena é pesada para policiais. Risco até de morrer na cela. Tô desesperado aqui”, disse Roberto.
Quem é o PM reformado preso em MG por estuprar três irmãos e mais uma criança
Policial militar reformado é preso em MG suspeito de estuprar crianças
Militar da reserva de MG é suspeito de abusar de três crianças e adolescentes
Quem é Roberto
Roberto Emídio Pereira tem 52 anos e foi preso na quarta-feira (12) no apartamento do filho dele, no Bairro Jardim Brasília, em Uberlândia. Conforme a PF, ele é considerado de alta periculosidade.
O policial reformado estava foragido desde agosto de 2023. A prisão foi realizada pela PF com o apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e o Grupo de Capturas da Polícia Federal.
O advogado de defesa, Deiber Magalhaes Silva, informou que há um recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo a revogação do mandado de prisão.
Por ser policial militar reformado, ele está preso no batalhão da PM em Uberlândia.
O crime
PM da reserva, Roberto Emídio foi preso em investigação de abusos contra crianças
Polícia Civil/Divulgação
Em fevereiro de 2023, um amigo de Roberto há mais de 30 anos, denunciou à Polícia Militar que o filho de 10 anos havia sido abusado sexualmente pelo policial durante uma viagem que fizeram juntos para Caldas Novas (GO).
Segundo a família, eles convidaram Roberto para o passeio e ficaram hospedados no mesmo apartamento. Durante a estadia em Caldas Novas, o policial reformado e o menino de 10 anos dormiram na sala, sendo a criança no sofá e Roberto em um sofá-cama.
Em depoimento, o menino relatou que dormia quando sentiu o “tio Roberto” deitar ao lado, abaixar o short e cometer o abuso. A criança contou, ainda, que após o ocorrido precisou ir ao banheiro se limpar diversas vezes devido a um líquido nas nádegas.
Após a criança contar para os pais sobre o ocorrido, a filha mais velha do casal, de 17 anos, também afirmou que era abusada pelo policial desde os 10 anos e que “não era mais virgem”. Em seguida, a outra filha do amigo, de 14 anos, disse ter sido abusada algumas vezes por Roberto.
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Tio, religioso e amigo da família
Militar reformado é preso em Uberlândia suspeito de estuprar crianças
Roberto e o pai das crianças se conhecem desde 1991 quando serviram o serviço militar obrigatório no Distrito Federal. Segundo ele, o policial nasceu e viveu por um tempo em Pires do Rio (GO), se mudando para Uberlândia em seguida, onde ingressou na Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
Até a data do crime, Roberto Emídio estava na reserva remunerada da PM e fazia parte de um moto clube de agentes da segurança pública, em Águas Claras (GO). Ele também se mostrava bastante religioso e fazia parte de uma igreja evangélica, em Uberlândia.
De acordo com o delegado da PF, Felipe Garcia, o policial se aproveitava da religiosidade para criar uma falsa reputação de bom homem e se aproximar das famílias das crianças abusadas.
Roberto mantinha uma imagem de homem tradicional e explorava o cargo na policia para ganhar a confiança das pessoas. Ele se aproveitava dos momentos que ficava sozinho com as vítimas para cometer os abusos.
Ao todo, o policial responde pelos crimes de estupro de vulnerável e ameaça.
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