Brigada Militar afirmou que retirada dos ocupantes ocorreu “em razão do perigo à segurança das pessoas na edificação”. Imóvel abrigou antiga sede da Fepam e estava abandonado. Prédio público do Centro Histórico foi ocupado por famílias atingidas por enchentes
Divulgação
A Brigada Militar (BM) conduziu, na tarde de domingo (16), a desocupação de um prédio público que recebia cerca de 100 famílias atingidas pelas enchentes desde o sábado (15). O imóvel, localizado no Centro Histórico de Porto Alegre, abrigou a antiga sede da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e estava abandonado.
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A retirada dos ocupantes ocorreu mediante identificação. Aqueles que se negaram a fornecer as informações pessoais foram conduzidos à delegacia para assinar termo circunstanciado. Havia idosos e crianças no local, segundo relatos. Um dos coordenadores nacionais do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) foi preso.
Em nota, a BM alegou que a desocupação ocorreu “em razão do perigo à segurança das pessoas na edificação, que já havia sido interditada por apresentar risco de queda de marquises”. A Corporação acrescentou que “foi oferecido a todas as famílias encaminhamento para abrigos organizados com estrutura adequada e assistência social”. (Leia abaixo a íntegra)
“Nos prometeram um abrigo decente, onde pudéssemos descansar, não conseguimos. Para onde nos levaram é onde já estavam outras vítimas das enchentes, um abrigo lotado”, contesta Luciano Schafer, integrante do MLB.
Está prevista para esta segunda-feira (17) uma reunião entre membros do MLB e Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária do RS para discutir a falta de moradia no estado.
O boletim mais recente da Defesa Civil afirma que 10.793 pessoas seguem em abrigos no Rio Grande do Sul. Os temporais e cheias deixaram 176 mortos e 39 desaparecidos.
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Outras ocupações
No dia 8 de junho, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ingressaram em um antigo prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Porto Alegre. A ocupação “cobra do poder público uma solução emergencial digna para as vítimas das enchentes”, diz o MTST.
O prédio de 25 andares, localizado no Centro Histórico de Porto Alegre, a poucos metros do Mercado Público e da antiga sede da prefeitura, não recebe mais o atendimento presencial de público. O órgão federal disse que o imóvel abriga arquivos, móveis e utensílios.
Faixas estendidas na fachada de prédio do INSS ocupado pelo MTST em Porto Alegre
Jonathan Heckler/Agência RBS
Também no Centro Histórico, uma liminar ampliou para 60 dias o prazo de desocupação de um antigo hotel na capital. Desde o final de maio, cerca de 120 pessoas que ficaram desabrigadas após a enchente ingressaram no prédio.
O desembargador Dilso Domingos Pereira, que atua na 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, concedeu o prazo considerando “a gravidade da situação” e a intenção dos moradores na “busca por moradia transitória adequada”.
Antigo hotel foi ocupado por pessoas atingidas pela enchente em Porto Alegre
Jonathan Heckler/Agência RBS
Nota da Brigada Militar
A Brigada Militar foi acionada, na manhã deste domingo (16/6), para intermediar na retirada de ocupantes de um prédio público estadual, localizado na Av. Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, em razão do perigo à segurança das pessoas na edificação, que já havia sido interditada por apresentar risco de queda de marquises.
A retirada foi realizada após negociação com os ocupantes, mediante identificação. Os ocupantes que se negaram a se identificar optaram por serem conduzidos à 2ª DPPA para assinarem termo circunstanciado para liberação. Foi oferecido a todas as famílias encaminhamento para abrigos organizados com estrutura adequada e assistência social.
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