No sul da Faixa de Gaza, Israel fez novas pausas táticas para a entrega de ajuda humanitária. Segundo a ONU, as hostilidades continuaram em Rafah. Netanyahu dissolve gabinete de guerra de Israel
Uma decisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, evidenciou o momento delicado que está enfrentando, com a perda de apoio político. Ele dissolveu o gabinete de guerra, o órgão responsável por decidir o rumo das operações na Faixa de Gaza.
Há oito dias, os ministros Benny Gantz e Gadi Eisenkot, que eram de oposição antes do conflito, deixaram o gabinete formado no início do confronto, em outubro de 2023, com seis integrantes. Era um símbolo de união.
Quando renunciou, Benny Gantz, que é a favor de priorizar um acordo de cessar-fogo com o Hamas para libertar os reféns israelenses, criticou Netanyahu. Acusou o premiê de priorizar a própria sobrevivência política. Já Gadi Eisenkot criticava a influência dos ministros da extrema direita que são contra uma trégua. Esses ministros, entre eles Itamar Ben Gvir, fizeram pressão para entrar no gabinete depois das renúncias. Segundo a imprensa israelense, Netanyahu decidiu acabar com o gabinete para não ceder à pressão.
O porta-voz do governo israelense disse nesta segunda-feira (17) que o gabinete de guerra era parte do acordo com Benny Gantz e que, com a partida dele, não existe mais a necessidade de manter o gabinete.
Oficialmente, as decisões ficarão a cargo do Gabinete de Segurança, com doze ministros. Alguns deles, de extrema direita, já sugeriram uma reocupação de Gaza. Mas a imprensa israelense e analistas afirmam que as decisões mais importantes devem ser tomadas por Netanyahu em consulta com o Ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o líder do partido ultra-ortodoxo Aryeh Deri.
Nesta segunda-feira (17), houve manifestações contra o governo e confrontos com a polícia na frente da residência do primeiro-ministro.
No sul da Faixa de Gaza, Israel fez novas pausas táticas para a entrega de ajuda humanitária. Segundo a ONU, as hostilidades continuaram em Rafah. O Exército disse que, desde que a ofensiva começou, metade das forças do Hamas na cidade foram desmanteladas e ao menos 550 homens armados morreram.