Em nota, a Semusa também informou que a comissão recomendou, como aceno de boa-fé, o encaminhamento do resultado da sindicância ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais para conhecimento e análise. Thallya Beatriz faleceu no dia 26 de abril. Thallya Beatriz morreu na UPA de Divinópolis em abril deste ano
Juliana da Silva/Arquivo Pessoal
A sindicância instaurada para apurar a morte de Thallya Beatriz, em abril deste ano, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto Cordeiro Martins, diz que não encontrou negligência médica no atendimento.
“Após análise do histórico dos atendimentos dispensados à paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto Cordeiro Martins, foi identificado que os profissionais médicos que atenderam a menor se valeram de todos os meios disponíveis naquela unidade para elucidação dos sintomas relatados”, diz trecho da nota divulgada pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).
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Ainda de acordo com a nota, mesmo não tendo identificado conduta negligente da médica assistente, a comissão recomendou, como aceno de boa-fé, o encaminhamento do caso ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) “para conhecimento e análise do resultado da sindicância”. (Confira a íntegra da nota mais abaixo)
A recomendação da comissão foi acatada pela Semusa, que promoverá o encaminhamento ao CRM-MG.
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Entenda o caso
Thallya Beatriz, de quatro anos, morreu na UPA no dia 26 de abril. No dia seguinte, em entrevista à TV Integração, Juliana da Silva, mãe de Thallya, contou que esteve na UPA com a filha no dia 24 de abril. “Ela chegou com dor na perna, não tinha febre, não tinha mais nada. Era só dor na perna e um inchaço no olho”, disse a mãe.
Ainda no dia 24, segundo a mãe, a menina passou por exames de urina e de dengue na UPA. “Assim que o exame ficou pronto, eu voltei para a sala. Aí ela (médica) me tratou melhor e disse que estava tudo bem nos exames, que não deu nada, mas disse para tirar um raio-x. Foi feito o raio-x e ela passou soro e dipirona na veia. Depois, voltei e ela disse que não tinha nada, que podia ir embora. Se minha filha não tinha nada, porque ela passou (receitou) a amoxicilina?”, contou Juliana da Silva.
A mãe retornou à UPA com a filha no dia 26 de abril. “Ela estava suando, suando, suando. Tomou banho em casa e arrumei o cabelinho dela. Fui para UPA. Na hora da triagem, eles mediram a saturação dela. Eu perguntei se a saturação dela estava boa e falaram que estava. Mediu ela e estava com 35º, não estava com febre. Minha filha não estava convulsionando. Tirou a glicose dela, e perguntei e estava boa a glicose. Na hora que eu saí da sala, que eu sentei com a minha filha, ela foi sumindo. Eu corri, eles mandaram voltar para a sala da triagem, aí eu corri com ela lá pra dentro, que eles viram. Aí minha filha estava tendo parada e entrou todo mundo. Daí minha filha não saiu mais, saiu morta”, declarou Juliana da Silva.
Segundo os pais, no documento de Declaração de Óbito consta que a morte da menina ocorreu devido/ou como consequência de uma crise convulsiva.
Ainda no dia 26, em nota, a Semusa informou que, no início da noite daquele dia, a “criança deu entrada na UPA com quadro convulsivo e febril, tendo, infelizmente, evoluído para óbito”. Ainda segundo a nota, o Ibrapp, gestor da UPA, esclareceu “que a criança foi atendida na unidade de pediatria 15 minutos após sua chegada na unidade. Durante o atendimento a criança foi encaminhada para o setor de emergência, tendo sido assistida pelos pediatras da unidade e por outros profissionais médicos que também colaboraram no atendimento”.
Posteriormente, a Prefeitura informou sobre a abertura da sindicância para apurar a morte da menina na UPA. O resultado dessa sindicância, que foi conduzida por profissionais médicos não pertencentes ao corpo clínico da UPA Padre Roberto, foi divulgado nesta terça-feira e não apontou negligência médica no atendimento à paciente.
Nota sobre a conclusão da sindicância
“A Prefeitura de Divinópolis, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), informa a conclusão da sindicância instaurada para apurar a ocorrência de eventual negligência médica, no atendimento dispensado à paciente Thallya Beatriz da Silva Pinto Satiro.
Após análise do histórico dos atendimentos dispensados à paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto Cordeiro Martins, foi identificado que os profissionais médicos que atenderam a menor se valeram de todos os meios disponíveis naquela unidade para elucidação dos sintomas relatados.
No atendimento realizado no dia 24 de abril, foram solicitados exames de sangue, urina e RX, sem que os mesmos tenham sugerido a existência de patologias que demandassem o aprofundamento investigativo nas dependências da UPA Padre Roberto Cordeiro Martins.
Merece destaque o fato de o registro de atendimento realizado na referida data demonstrar uma anamnese diligente e um exame físico bem criterioso. Ademais, a médica assistente orientou retorno em caso de intercorrências e encaminha a criança à Estratégia Saúde da Família para acompanhamento médico assistencial e para extensão de propedêutica.
No atendimento do dia 26 de abril, em virtude de a paciente já ter entrado em parada cardiorrespiratória alguns minutos após sua chegada à Unidade, o que exigiu que toda equipe médica se desdobrasse nas manobras de ressuscitação, não foi possível realizar exames físicos e laboratoriais. No entanto, foram realizados exames post mortem.
Após a constatação do óbito, foi solicitada pela médica assistente a realização de necropsia para elucidação das razões que concorreram para tal evolução. No entanto, a devolutiva da Polícia Civil foi no sentido de que tal expediente é realizado apenas em casos de morte violenta.
Diante do exposto e, ainda que a Comissão não tenha identificado conduta negligente da médica assistente, recomendou-se, como aceno de boa-fé, o encaminhamento da ocorrência ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais para conhecimento e análise do resultado da Sindicância. A recomendação da Comissão foi acatada pela Secretária Municipal de Saúde que promoverá o acionamento do conselho em questão.
Oportunamente, a Semusa reforça o compromisso com a transparência nos processos e manifesta o desejo de que a elucidação técnica e imparcial do ocorrido tranquilize não só as partes envolvidas, mas também toda a população de Divinópolis.”
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