Voluntários da Cruz Vermelha distribuem donativos para os desabrigados. Nesta terça (18), eles entregaram mantas para aquecer a noite de quem não tem praticamente nada. Chuva forte provoca cheia no rio Caí e inunda cidades na Grande Porto Alegre
A Grande Porto Alegre teve famílias voltando para abrigos.
Com a mesma rapidez que subiu, o Rio Caí recuou para o leito na cidade de São Sebastião do Caí. Ruas que estavam submersas estão secas. Os moradores ainda não retornaram para casa, mas aproveitaram o dia para fazer a limpeza.
“Eu estou, realmente, pensando em pegar um lugar mais afastado, mais alto. Porque desse jeito não tem condição. Eu gosto, porque eu nasci aqui, eu me criei por aqui. A gente reluta, mas desse jeito não tem condições”, diz o marceneiro Elias Rodrigues.
Até o meio-dia desta terça-feira (18), o rio tinha baixado 68 cm. Voluntários da Cruz Vermelha distribuem donativos para os desabrigados. Nesta terça, eles entregaram mantas para aquecer a noite de quem não tem praticamente nada.
“A gente tem voluntários de cinco estados diferentes que estão aqui no Rio Grande do Sul fazendo esse trabalho de tentar amenizar o sofrimento humano através do voluntariado e da doação”, conta Djair Soares, coordenador da Cruz Vermelha.
São Sebastião do Caí também reforçou a rede de abrigos. São seis locais que estão recebendo pessoas vítimas de enchentes. Em um salão paroquial, estão mais de 100 pessoas que foram expulsas de casa pela força da água.
A dona de casa Márcia Jaqueline Rosa foi para lá na segunda-feira (17) de madrugada. Saiu de casa quando a água já estava inundando tudo. Com a ajuda de um vizinho, salvou a geladeira e um sofá.
“Perdi mais coisas, ficou mais coisa dentro de casa. Não tinha mais como tirar. A água veio muito ligeiro, muito rápido. São três enchentes desde o ano passado, com essa são três”, conta.
No município, 503 pessoas estão em abrigos. Montenegro, a cidade vizinha, também sofre com a enchente do Caí: 200 pessoas estão em abrigos.
As famílias passam os dias tentando dar um pouco de conforto para as crianças e pessoas idosas. A Elis, que perdeu tudo na enchente de maio, nem tinha conseguido comprar móveis e eletrodomésticos. Agora, está no abrigo com as filhas.
Repórter: Para remontar a casa, o que a senhora tem?
Elis: Só a casa. A casa e colchão é o que a gente tem.