19 de janeiro de 2025

Lápides de cemitérios são usadas para preencher buracos em rua de Duque de Caxias

A Transpetro, dona do terreno, afirmou que dialoga com os moradores sobre denúncias de lixo no local, e que uma limpeza está marcada para quinta-feira (19). Buracos de rua são preenchidos com lápides de cemitérios em Duque de Caxias
Em Duque de Caxias, no bairro Barão do Amapá, quem mora na via que é conhecida como rua da Petrobrás diz que sempre conviveu com buracos na rua. Agora, lápides de cemitério e lascas de mármore apareceram para “resolver” o problema, e ninguém sabe quem colocou o material ali.
O terreno é de responsabilidade da Transpetro e, segundo os moradores está abandonado há muito tempo. Eles estão preocupados com os perigos que o material pode trazer, principalmente para as crianças que ficam muito tempo na rua.
“A preocupação é de doença, infecções, muita coisa. Porque isso ai é impróprio para as crianças, que brincam, soltam pipa”, disse a entregadora Dayana Pereira.
Várias lápides quebradas registram nomes de pessoas, com datas de nascimento e morte, e estão espalhadas em vários pontos da estrada.
” Ah eu não acho legal não, ficou pior e se passar um carro aqui, não é legal não”, disse a dona de casa Maria Cristina Antônia Aquino.
‘Necrochorume’
O ambientalista e especialista em Direito Ambiental Anderson Ribeiro explicou quais são os riscos de contato com o material da lápide dos cemitérios.
“Os cemitérios são locais de intensificação de vírus e bactérias que podem gerar um necrochorume. O necrochorume em contato com essas lápides e essas lápides retiradas do cemitério e sendo levadas a um local público podem afetar toda a saúde de uma população local. Além disso, esse material em contato com o solo pode fazer com que a água seja contaminada e isso pode gerar inúmeras doenças para esse mesmo local”, disse Anderson.
O descarte de material desse tipo no meio da rua é um crime ambiental previsto em lei, e quem faz isso pode ser condenado a até 5 anos de prisão.
Os moradores disseram que pediram que a prefeitura retirasse os pedaços de lápides do meio da rua, mas ouviram uma resposta desanimadora:
“Eles falaram que tem que ser com a Petrobrás, porque aqui é área da Petrobrás e eles não podem mexer aqui”, contou Dayana.
A prefeitura de Duque de Caxias disse que não foi responsável por colocar os restos de lápides nesse local. A Polícia Civil disse que o fato não foi registrado na delegacia, e orientou que os moradores façam a denúncia.
A Petrobrás disse que o terreno pertence à Transpetro. A Transpetro disse que faz vistorias periódicas nas faixas de dutos e que dialoga com os moradores sobre denúncias de lixo no local.
Por fim, a Transpetro afirmou que mandou uma equipe verificar a situação, e que a limpeza está prevista para quinta-feira (19).

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