Fausto Ricardo Machado Ferreira, de 46 anos, foi relacionado ao mega-assalto a uma empresa em Santos (SP), onde mais de R$ 12 milhões foram roubados, por meio de material genético encontrado em uma touca. Fausto Ricardo Machado Ferreira, de 46 anos, foi condenado a 172 anos de prisão por assalto em Santos (SP)
Reprodução
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou Fausto Ricardo Machado Ferreira a 172 anos e oito meses de prisão em regime fechado pelo assalto a uma empresa de transporte de valores em Santos (SP). O crime resultou no roubo de mais de R$ 12 milhões da companhia e na morte de três pessoas, sendo dois policiais e um homem em situação de rua.
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Fausto Machado Ferreira, de 46 anos, é acusado de participar do crime contra a Prosegur em 4 de abril de 2016. A ação contou com bloqueios de ruas, armas de grande calibre, explosivos e confronto com a polícia.
Como uma das principais provas para embasar a condenação, a Justiça considerou um laudo pericial que apontou o material genético de Ferreira em uma touca encontrada no carro usado pelos criminosos durante a fuga. O mesmo DNA ligou o réu a outro mega-assalto, este na Ciudad del Este, no Paraguai – crime que motivou uma série em streaming (leia mais no fim da reportagem).
No processo, a defesa de Ferreira negou a participação dele nos crimes e, inclusive, questionou a validade das provas. No entanto, o juiz Bruno Nascimento Troccoli, da 6ª Vara Criminal de Santos, considerou “impossível” a hipótese de que a touca não tenha sido usada pelo réu.
Durante o assalto à Prosegur, em Santos (SP), criminosos bloquearam vias, queimaram carros e trocaram tiros com a polícia
Arquivo A Tribuna Jornal
Na decisão, o magistrado discordou da alegação de Ferreira sobre o laudo ter apontado 0,01% de possibilidade do material genético na touca não ser dele.
“É muito mais do que isso”, declarou o juiz. “Indica que é 1,36250 x 10 elevado a 28, isto é, 13.624.974.301.069.730.000.000.000.000 (treze octalhões) de vezes mais provável que o perfil masculino obtido do gorro do tipo balaclava pertença ao réu do que a qualquer outro homem escolhido aleatoriamente”.
Ferreira foi interrogado na audiência de instrução e julgamento realizada virtualmente em 5 de junho. Na ocasião, ele alegou sofrer “perseguição policial” e acrescentou que a colheita do material genético foi “forçada”. Apesar disso, a versão não foi acolhida pelo juiz, que decretou a condenação por associação criminosa e latrocínio. A sentença foi publicada em 25 de junho.
Prisão e confronto genético
Material genético cedido por denunciado bateu com dados que haviam sido colhidos em máscara encontrada em carro roubado
Imagem da touca (processo) e Reprodução
Ferreira foi preso acusado de explodir caixas eletrônicos em Atibaia (SP) no ano passado, antes de ter o DNA associado aos assaltos. Foi durante a detenção no interior paulista que ele teve o material genético coletado, mediante assinatura de termo de doação voluntária de células da mucosa oral.
O DNA identificou no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) a participação dele nos crimes em Santos e Paraguai, pois deu compatível ao material coletado em uma touca balaclava, encontrada no carro utilizado na fuga do crime de Santos, e a uma toalha recolhida em um imóvel na Ciudad del Este, em um local usado como base dos criminosos.
Assalto em Santos
Imagens mostram assalto a empresa em Santos
Imagens de monitoramento mostram a ação da quadrilha que assaltou a empresa de valores Prosegur, no bairro Macuco, em abril de 2016.
Suspeitos armados invadiram a empresa durante a madrugada. O vídeo mostra o caminhão utilizado pelos criminosos derrubando o portão da companhia e empurrando um carro forte, que fica parado para impedir invasões. Logo depois, os assaltantes começaram a atirar na guarita onde estavam os seguranças.
Dois suspeitos entraram no local, carregando uma placa, espécie de escudo protetor, que foi utilizada durante as explosões logo em seguida. Toda a ação durou cerca de 50 minutos.
Com a chegada da PM, houve troca de tiros e perseguição. No entanto, todos os criminosos conseguiram fugir após passarem por avenidas movimentadas da cidade e entrarem na via Anchieta, em direção a São Paulo. Dois policiais e um morador de rua morreram durante a ação.
Caminhão foi incendiado durante o crime
G1
Paraguai
O outro crime associado a Ferreira ocorreu em 24 de abril de 2017, na Ciudad Del Este, no Paraguai. Aproximadamente 10 pessoas, portando armas longas, efetuaram disparos contra a fachada e guarita da Prosegur, o que provocou acionamento do sistema de segurança de esfumaçamento interno.
Em seguida, houve troca de tiros com seguranças da empresa, e os criminosos explodiram um dos carros-fortes, que tombou e teve a estrutura metálica restante rompida com uma serra. Na ação, os suspeitos conseguiram roubar mais de R$ 11 milhões de dólares.
Transportadora de valores em Ciudad del Este fica a 4 quilômetros da Ponte da Amizade, na fronteira com Foz do Iguaçu
Editoria de Arte/G1
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