No pavilhão do governo, encontra-se doces, licor, mel com pimenta, brigadeiros de frutos do cerrado e roupas de algodão orgânico.
A agricultura familiar representa 84,4% do total de estabelecimentos rurais do país, segundo dados da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer). Dados do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), informam que em torno de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros provém da agricultura familiar e, em Mato Grosso do Sul, o montante é de cerca de 60%.
Em um espaço reservado aos pequenos agricultores, no pavilhão do governo do estado, é possível encontrar desde doces, brigadeiros, bombons, o tradicional doce de leite até roupas de algodão orgânico. Uma das agricultoras, Lindomar Rodrigues de Oliveira, produz doces de leite em Terenos (MS), e desde 2008 desenvolveu a marca Minas Gold MS, o que lhe permite expandir os negócios em pontos de venda na cidade, “nós trabalhamos pensando na qualidade. Nosso doce tem 20% de açúcar e é feito em banho maria. Todo o processo é artesanal”, diz orgulhosa. Toda a produção é familiar e em até outros estados é possível encontrar os doces de Dona Lindomar.
Também de Terenos, o agricultor Nicanor Antônio Ramos e sua esposa Maria de Fátima, há 11 anos dedicam-se à agricultura familiar com o mel, e na 79ª Expogrande, mostram sua produção: mel no favo, hidromel (uma bebida alcoólica cuja maior parte dos seus açúcares fermentados são do mel), e o carro chefe da produção: mel com pimenta, “um produto que foi premiado no prêmio mulher empreendedora rural, desenvolvido pelo Sebrae e foi o único produto no ano passado, que foi classificado para representar o estado nas Olimpíadas no Rio de Janeiro”, orgulha-se. Há cinco anos o mel com a pimenta Cumari do Pará, vem sendo desenvolvido com apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul (Sebrae) e Agraer.
Do assentamento Itamarati, em Ponta Porã (MS) vieram as roupas, bonecas, calçados de algodão orgânico. “Toda nossa produção é orgânica, ecológica e sustentável. Procuramos minimizar as perdas ao máximo, por exemplo, com os retalhos das roupas confeccionadas produzimos as bonecas”, diz Gabriela Neves. Toda a produção corresponde a uma cadeia produtiva em cooperativa: O município de Ponta Porã é responsável pelo plantio do algodão orgânico, em Minas Gerais ocorre a fiação e tecelagem, em Rondônia são coletados as sementes e cascas de coco da natureza para a confecção de botões e acessórios, e no Rio Grande do Sul ocorre a confecção de roupas e bonecas. Após a confecção, os produtos retornam a Mato Grosso do Sul para comercialização.
As castanhas do cerrado, baru, jatobá, bocaiúva e pequi dão sabor aos brigadeiros, pães, bolos, biscoitos, salgados, tortas e bombons produzidos pela agricultora familiar Sandra Lúcia da Silva. Ao todo são dez pessoas da família envolvidos na produção dos produtos que são comercializados em empórios, padarias e também em merendas escolares nas escolas municipais de Campo Grande. Há cinco anos existe a Associação Broto Frutos, composta por cerca de 20 agricultores familiares assentados que trabalham com a matéria prima do cerrado no estado, buscando inovação e sustentabilidade.
Os produtos (doces, licores, roupas, picolés de frutas do cerrado e mudas de flores e árvores frutíferas) estão expostos para apreciação do público e comercialização. Os preços variam de R$ 5,00 um brigadeiro de baru no copinho a R$ 140,00 o jogo de lençol de algodão orgânico.
79ª Expogrande
A Expogrande acontece até o dia 09 de abril no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande (MS), e conta com extensa agenda de leilões, competições e palestras técnicas, além de shows, gastronomia variada, e oportunidades facilitadas de negócios.
Quinta, sexta-feira e sábado, a entrada é gratuita até as 16h. A partir das 18h é cobrado o valor do ingresso. Domingo, último dia de feira agropecuária, o visitante não paga para entrar durante todo o dia.
Mais informações pelo telefone (67) 3345-4200.