Imóveis foram doados pela empresa que administra a barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito, no Maranhão. Famílias reclamam da falta de manutenção das casas. Casas doadas às famílias desapropriadas pela barragem de Babaçulândia, no norte do Tocantins.
Reprodução/TV Anhanguera
Dezenas de moradores de Babaçulândia, na região norte do estado, enfrentam problemas estruturais nas casas que receberam como reparação por conta dos impactos da construção da barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito, no Maranhão. As famílias reclamam de rachaduras e estragos nos pisos e telhados dos imóveis.
📱 Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular.
As casas foram doadas pelo Consórcio Estreito de Energia (Ceste), que administra a usina, após a desocupação das moradias da região alagada há cerca de 14 anos. Entretanto, desde que surgiram avarias nos imóveis, os moradores questionam a falta de reparos.
“Tenho medo da casa cair porque [ouço] uns estalos todo dia, toda hora. O telhado a gente arruma, mas ele não segura, [as telhas] sempre descem”, afirma a moradora Rosalita Siqueira da Silva.
Em nota, a Prefeitura de Babaçuândia declarou que a Defesa Civil visitou a região e constatou que as fissuras nas casas não representam riscos urgentes aos moradores. Por esse motivo, não há necessidade de visitas periódicas para avaliar os imóveis. Disse ainda que o consórcio Ceste foi avisado das queixas dos moradores.
Moradores que ganharam casa após construção de barragem reclamam de rachaduras
O aposentado Raimundo Pereira da Silva, de 80 anos, mora com a esposa e convive com a preocupação e medo pela aparente fragilidade e falta de segurança do imóvel.
“Fico preocupado de estar aqui na minha residênciazinha e de uma hora para outra tudo isso vir a baixo”, comenta Raimundo.
Calçada de casa cedida após construção de barragem fica com cimento quebrado e tijolos expostos em Babaçulândia, no Tocantins
Reprodução/TV Anhanguera
LEIA TAMBÉM
Operação apreende 650 metros de rede de pesca no lago da usina hidrelétrica
Avós conseguem guarda provisória de bebê indígena abandonada pela mãe em matagal ainda com cordão umbilical
De acordo com a moradora Aldirene Alves de Oliveira, após o surgimento de problemas, o consórcio chegou a reformar algumas casas e construir outras. Mas não contemplou todos os afetados. “Acharam rachaduras, mas fizeram umas 10 casas e o restante ficou sem. A gente fica esperando e eles nunca apareceram com a solução”, conta.
A TV Anhanguera entrou em contato com a empresa responsável pela barragem, mas não teve resposta até a publicação dessa reportagem.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.