29 de dezembro de 2024

De boneco a frentista de posto: veja a cronologia das mudanças do ‘Ken Humano’ do litoral de SP

Felipe Máximo, de 20 anos, ficou conhecido após começar a publicar conteúdo caracterizado como o boneco. Ele mudou de vida após sair de Peruíbe (SP) para morar em Diadema (SP). Ex-Ken Humano adotou ‘nome artístico’ para superar bullying que sofreu na escola
O jovem Felipe Máximo, conhecido como o ‘Ken Humano’ de Peruíbe, no litoral de São Paulo, teve a vida transformada. De auxiliar de pedreiro a frentista em um posto de combustíveis de Diadema (SP), o jovem de 20 anos está em uma nova fase. O g1 reuniu informações sobre o início da ‘fama’, profissões e transformações do rapaz.
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Felipe se mudou de Minas Gerais para a cidade litorânea em 2017, quando passou a explorar as possibilidades como o Ken e a planejar 42 intervenções cirúrgicas para se parecer cada vez mais com o boneco.
Conhecido como Felipe Adam nas redes sociais, onde tem milhares de seguidores, o ‘Ken Humano’ agora usa cavanhaque, óculos de lentes ‘espelhadas’ e uniforme de trabalho.
Veja o que se sabe sobre Felipe Máximo:
1. Quando ficou conhecido?
2. Transformações
3. Desistências
4. Profissões
5. Mudança de vida
6. Ex-Ken Humano
1. Quando ficou conhecido?
Felipe ganhou popularidade na internet ao compartilhar, a partir de 2018, diversos conteúdos sobre a transformação no ‘companheiro’ da boneca Barbie.
Tudo começou muito cedo, de acordo com o relato dele. A vontade de se parecer com o boneco veio a partir do início da adolescência. “Eu assistia ‘Barbie’ com as minhas irmãs e observava o Ken. Gostava muito dele”, contou.
Felipe morava no interior de Minas Gerais e se mudou para Peruíbe. Com o dinheiro que recebia de trabalhos informais, como jardinagem, faxina e ajudante de cozinheiro em um quiosque, ele pôde comprar maquiagens, roupas “mais estilosas” e sapatos adequados ao personagem.
2. Transformações
Ex-Ken Humano trabalhou como auxiliar de pedreiro
Reprodução/Redes Sociais
Ao longo dos anos, o ‘Ken Humano’ se transformou no boneco diversas vezes. Ao g1, Felipe contou que acordava ainda de madrugada para se maquiar, vestir roupas extravagantes e até colocar perucas com o objetivo de ficar parecido com o personagem.
A caracterização era feita fosse para ir à escola ou passear na rua. O processo, segundo ele, demorava algo em torno de 4h. Em 2023, o g1 acompanhou a transformação dele em ‘Ken Humano’ para ir a pré-estreia do filme ‘Barbie’ (assista abaixo).
‘Ken Humano’ se emociona durante pré-estreia de ‘Barbie’ no litoral de SP
3. Desistências
Em 2021, quando ele tinha 18 anos, o g1 noticiou que ele deixou as maquiagens e roupas de lado devido à pandemia de Covid-19, que acabou dificultando as finanças em casa. Na época, ele perdeu empregos informais que realizava para se caracterizar.
Nesse período, o jovem decidiu viver apenas como ele mesmo. “Estou só tirando um tempinho pra mim, porque o Ken não tem nada a ver com Felipe”, respondeu a um seguidor sobre a mudança.
Em setembro de 2022, Felipe contou ao g1 ter aceitado o desafio de trabalhar como auxiliar de pedreiro com o tio e o padrasto. “Não só tenho orgulho do meu trabalho mas também gosto de estar na obra, na construção civil”, contou.
Já em julho de 2023, quando assistiu ao filme da Barbie na telinha, ele reviveu a emoção de ‘estar na pele’ do Ken novamente por mais um dia.
4. Profissões
Felipe Máximo já foi ‘Ken Humano’, trabalhou como auxiliar de pedreiro e, agora, como frentista
Arquivo Pessoal
Assim como a companheira Barbie, o Ken Humano já assumiu diversas profissões ao longo dos 20 anos de vida. Felipe já trabalhou em empregos informais como jardineiro, faxineiro e até ajudante de cozinheiro em um quiosque.
Em 2022, ele passou a trabalhar como auxiliar de pedreiro com os familiares, mas dois meses depois relatou ter se decepcionado porque foi dispensado após revelar nas redes sociais que é bissexual.
“Trabalhava com eles, mas, após eu falar abertamente sobre minha orientação sexual e, principalmente por eu não me dar bem com o sócio de trabalho dele [do tio], que é o marido da minha mãe, os dois decidiram me mandar embora”, disse. Diante disso, ele passou a trabalhar na informalidade em uma barraquinha na praia.
5. Mudança de vida
Já em 2024, o jovem explicou que deixou Peruíbe para seguir em Diadema, depois de passar por “questões familiares”. Na cidade, ele onde buscou novas oportunidades de emprego.
Atualmente, ele é frentista em um posto de combustíveis, mas antes disso trabalhou como auxiliar de cozinha em uma churrascaria em São Paulo.
Distante da customização como o personagem do universo Barbie, que já foi considerado por ele com um hobby e até uma “busca por identidade”, o jovem afirmou agarrar o novo trabalho com “unhas e dentes”.O jovem considerou a trajetória em diversos empregos como um ato de “amor próprio”.
“Me sinto bem, capaz, e tudo se encaixa e colabora para que eu venha a ter o meu sustento”, disse Felipe. “Almejo ter paz na vida e sossego. É uma sensação que perdi muito cedo. Hoje, posso fazer por mim e estou nessa missão”.
6. Ex-Ken Humano
Felipe Máximo caracterizado como ‘Ken Humano’ (à esq.) e trabalhando (à dir.)
Arquivo Pessoal
A caracterização como personagem por “necessidade” ficou para trás. Apesar disso, Felipe revelou que guarda com carinho as memórias construídas nesse período.
“Jamais vou me arrepender de ter vivido tudo isso. Olho para as fotos e vídeos e [sinto] como se fosse uma outra pessoa mesmo”, explicou ele. “Como uma fênix, morri e nasci de novo. Tive novas oportunidades e experiências. Tudo soma, de uma forma positiva ou negativa”.
O rapaz, porém, não descartou uma nova caracterização para fins artísticos no futuro. “Como trabalho, toda aquela brincadeira e fantasia é válida”, comentou.
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