20 de novembro de 2024

3 anos de Ilumina Pantanal: como a energia elétrica transformou a rotina de ribeirinhos e indígenas

O projeto, premiado internacionalmente, já instalou 2,9 mil sistemas fotovoltaicos em diferentes pontos do Pantanal em Mato Grosso do sul. “Foi uma coisa tão, tão grande na nossa vida. Uma mudança maravilhosa! Nós tínhamos uma usina bem pequena, e tudo era limitado. Hoje, temos mais flexibilidade de uso da energia”.
A declaração acima é da artesã Leonida Aires de Souza, 57 anos, conhecida como Eliane, que integra a Associação das Mulheres Artesãs da Barra do São Lourenço, uma comunidade ribeirinha localizada em Corumbá (MS), às margens do Rio Paraguai, e tem relação com o efeito da energia elétrica na vida dela e de outros ribeirinhos.
A artesã Eliane que vive às margens do Rio Paraguai
Arquivo pessoal
Ela faz parte das famílias beneficiadas pelo projeto Ilumina Pantanal, criado para universalizar o acesso à eletricidade em áreas pantaneiras remotas de Mato Grosso do Sul. Em três anos, o projeto já instalou 2,9 mil sistemas que levam energia elétrica por meio de uma fonte renovável, o sol. Ou seja, não colocam em risco o meio ambiente.
Para quem está habituado a ter acesso à energia elétrica com um “clique” no interruptor de energia, pode ser difícil imaginar uma vida sem a água gelada, o conforto de um ventilador na hora de dormir ou ainda seguindo o “toque de recolher” ordenado pelo pôr-do-sol. Até 2021, esta era a realidade de muitos ribeirinhos e indígenas do estado. Com a consolidação do projeto, a rotina agora é outra.
Com sistema individual de geração e armazenamento de energia Ilumina Pantanal atende famílias de ribeirinhos, produtores e trabalhadores rurais do Pantanal
Anderson Viegas/G1 MS
Na Aldeia Eldorado, também em Corumbá, o cacique Osvaldo Correa da Costa, da etnia Guató, comenta que a transformação na vida das 47 famílias que compõem a comunidade foi completa.
Antes do projeto, as famílias dependiam de pequenos geradores que mal atendiam às necessidades básicas como beber água gelada. “Esse projeto nos deu a graça de poder trabalhar à noite, de madrugada. Isso pra gente não tem preço”, acrescenta.

“Mudou muita coisa na comunidade, principalmente para as crianças, que agora podem estudar à noite”, diz ele.
A aldeia agora conta com 52 sistemas fotovoltaicos, distribuídos em diferentes pontos, incluindo a Escola Estadual Indígena João Quirino de Carvalho-Toghopanãa e um posto de saúde. “Antes, ficava centralizado no centro da comunidade e era caro manter um gerador. Agora, todas as famílias têm acesso à energia, o que melhorou muito a qualidade de vida”, comenta Osvaldo.
O cacique cita também a possibilidade que eles agora têm de armazenar produtos perecíveis, incluindo a merenda servida na escola indígena. “Já muda totalmente a realidade. É a qualidade de vida.”
Ilumina Pantanal permite que programação da TV chegue às comunidades mais isoladas do bioma
Divulgação
Projeto premiado
O Ilumina Pantanal, encabeçado pela Energisa em parceria com a Aneel, Ministério de Minas e Energia (MME) e Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, foi premiado internacionalmente e serve como modelo para outros projetos, como o ‘Mais Luz para a Amazônia’.

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