Suspeitos se tornaram alvo da segunda fase da Operação Greenwashing. Suspeitos que tiveram bens bloqueados tentaram esconder o patrimônio e dissimular valores em nome de terceiros. Polícia Federal
PF/Divulgação
Suspeitos de integrar organização criminosa investigada pela venda ilegal de cerca de R$ 180 milhões em crédito de carbono de áreas da União invadidas se tornaram alvo da 2ª fase da Operação Greenwashing, da Polícia Federal (PF), depois de usar lavagem de “esconder” bens da Justiça.
De acordo com a PF, depois da 1ª fase da operação, realizada em junho, os suspeitos compraram apartamentos na planta, avaliados em R$ 15 milhões e solicitaram a rescisão contratual do depósito em contas de terceiros, tudo com o objetivo de camuflar os bens que possuíam.
Em junho, a 7ª Vara Federal da Seção Judiciária do Amazonas determinou, entre outras medidas, o sequestro de R$ 1,6 bilhão do grupo. Na segunda fase, a PF buscou cumprir cinco mandados de busca e apreensão, nas cidades de Manaus e Porto Velho.
Os suspeitos que tiveram bens bloqueados tentaram esconder o patrimônio e dissimular valores em nome de terceiros, o que caracteriza lavagem de dinheiro.
O que é o esquema?
Segundo as investigações, as fraudes fundiárias surgiram no município de Lábrea (AM) e se estenderam por mais de uma década. O esquema envolve a duplicação e falsificação de títulos de propriedade, o que resultou na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas.
Organização criminosa suspeita de vender cerca de R$ 180 milhões em crédito de carbono ilegal
Reprodução/Polícia Federal
Entre 2016 e 2018, a organização criminosa passou a reutilizar títulos de propriedade e a inserir dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (Sigef), com a ajuda de servidores públicos e responsáveis técnicos.
Mais de um milhão de metros cúbicos de madeira em tora foram extraídos, o que causou um dano ambiental avaliado em R$ 606 milhões. Segundo a PF, a organização também adquiriu aproximadamente R$ 820 milhões em terras ilegalmente ocupadas.
O que é o crédito de carbono?
Os créditos de carbono surgiram como uma forma de compensar as emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE), responsáveis pelo aquecimento global e eventos climáticos extremos.
Empresas ou países que reduzem suas emissões de gases de efeito estufa podem vender esses créditos como um serviço prestado. Esses créditos são gerados a partir de diversos tipos de projetos, como os de energia renovável, gestão de resíduos sólidos, reflorestamento ou redução do desmatamento.
Geralmente, cada unidade de crédito de carbono é igual a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) ou sua equivalência em outros gases de efeito estufa que deixaram de ser emitidos.