Categoria conseguiu 4,2% de reajuste acima da inflação, além de R$ 180 de abono por dupla função, entre outros pontos. Paralisação durou dois dias, provocando longas filas e muita espera por transporte. Fila de ônibus parados no Terminal da PE-15, em Olinda, durante a greve dos rodoviários que começou na segunda (12)
Reprodução/TV Globo
O Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco9, e o Sindicato das Empresas de Ônibus (Urbana-PE) chegaram a um acordo durante audiência de conciliação realizada na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), na tarde desta terça-feira (13). Com o acordo, a categoria vai receber um reajuste de 4,2%, com o piso dos motoristas de ônibus passando para R$ 3.189,80.
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O vale-alimentação foi fixado em R$ 400 e o abono para o exercício da dupla função (motorista/cobrador) foi acordado em R$ 180. O Sindicato dos Rodoviários vai realizar uma assembleia com os trabalhadores para confirmar o acordo. Os ônibus voltam a circular normalmente a partir da meia-noite.
O acordo também estabeleceu que a cada 30 dias, os trabalhadores terão acesso à jornada individual registrada no sistema de frequência. A jornada será iniciada no momento da checagem do ônibus – antes do início da primeira viagem, e será encerrada após a prestação de contas.
Sobre a reivindicação do plano de saúde para os trabalhadores, ficou decidido que a procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT-PE), Ana Carolina Vieira, vai conduzir as negociações entre os sindicatos dos rodoviários e das empresas de ônibus.
Entre os pontos que precisam ser acordados estão o tipo de plano e o percentual de participação financeira dos trabalhadores que quiserem aderir ao benefício
A categoria reivindicava, dentro da campanha salarial, reajuste de 5% acima da inflação, entre outros itens:
Fim do controle pelo GPS;
Fim da compensação de horas;
Vale-alimentação de R$ 720;
Abono de R$ 500 para quem exerce dupla função;
Implementação de plano de saúde para trabalhadores de todas as empresas.
A proposta apresentada pela Urbana-PE oferecia reajuste de 0,5% acima da inflação, além de:
Vale-alimentação de R$ 400;
Abono de R$ 180 para rodoviários que exercem dupla função (como motorista e cobrador);
Controle das horas de trabalho via GPS.
Os rodoviários também reivindicavam que os funcionários da empresa Vera Cruz fossem transferidos para outras empresas de ônibus que atuam no Grande Recife. A Vera Cruz devolveu todas as 36 linhas operadas por ela ao Grande Recife Consórcio de Transporte. As rotas serão transferidas totalmente para outras concessionárias até o fim do mês de agosto.
A paralisação começou na segunda-feira (12) e afetou cerca de 1,2 milhão de pessoas por dia na Região Metropolitana do Recife. Os rodoviários conseguiram grande adesão e colocaram cerca de 30% dos ônibus em circulação no primeiro dia, afetando o transporte de pessoas e deixando as ruas centrais do Recife praticamente vazias.
Além de impedirem a saída dos coletivos das garagens, a categoria formou uma grande fila de ônibus perto do terminal integrado da PE-15, em Paulista, no Grande Recife.
Mesmo com a determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) de circulação de 60% da frota em horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h), o segundo dia de greve, nesta terça-feira (13), também foi de grandes filas e muita espera para os passageiros em vários terminais de ônibus, como o da Macaxeira, na Zona Norte do Recife.
Motoristas de ônibus e cobradores estacionaram os coletivos na Avenida Agamenon Magalhães, ocupando três faixas de uma das avenidas mais movimentadas do Centro da capital. Durante o protesto, que durou das 6h às 7h30, os passageiros precisaram descer dos veículos no meio do caminho (veja vídeo abaixo).
Greve de ônibus no Grande Recife entra no segundo dia e tem protesto de motoristas
A mesma estratégia foi repetida no Terminal Pelópidas Silveira, em Paulista, no Grande Recife, onde motoristas deixaram os coletivos estacionados dentro do local.
Confusões
Polícia Militar precisou intervir em protesto no Terminal Integrado do Barro, na Zona Oeste do Recife
Everaldo Silva/TV Globo
A paralisação dos rodoviários gerou alguns momentos de tensão no Grande Recife. Ônibus foram depredados na Avenida Norte, no Recife, e na UR-11 e em Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, na madrugada de terça (13). Numa das situações, o motorista foi ameaçado por duas pessoas encapuzadas, de acordo com a Urbana-PE.
No Terminal Integrado do Barro, na Zona Oeste do Recife, um grupo de manifestantes impediu a saída dos ônibus. Eles levavam cartazes e repetiam frases que clamavam por melhores condições de trabalho para os rodoviários. Após a revolta de passageiros que estavam nos coletivos e tiveram a viagem interrompida, policiais militares foram ao local para liberar a saída do terminal.
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