20 de novembro de 2024

Mãe denuncia que cirurgia de hérnia do filho foi realizada no lado errado em hospital de João Pessoa

Cirurgia de hérnia inguinal deveria ter sido realizada do lado direito, porém procedimento foi feito do lado esquerdo. Cirurgia de hérnia inguinal deveria ter sido realizada do lado direito, porém procedimento foi feito do lado esquerdo; foto mostra guia do procedimento e documento da alta do paciente
TV Cabo Branco/Reprodução
A mãe de uma criança de oito anos de idade, a cuidadora Aliny Correia, denunciou ao Conselho Regional de Medicina um erro médico em uma cirurgia de uma hérnia inguinal no seu filho no Hospital Municipal Valentina, em João Pessoa. Segundo a mãe, a hérnia estava localizada no lado direito do corpo e o procedimento cirúrgico foi feito do lado esquerdo. Em nota, o CRM declarou que abriu sindicância para apurar os fatos.
De acordo com a mãe, no final de fevereiro a criança teve uma infecção intestinal, quando foram realizados exames em um hospital particular que constataram a hérnia inguinal. Caracterizada pelo surgimento de uma saliência e dores na região da virilha, a hérnia inguinal é uma alteração resultante da existência de um ponto fraco na musculatura da região inferior da parede abdominal.
Como o plano de saúde da criança ainda estava no período de carência, optou-se por realizar a cirurgia no Hospital Municipal Valentina (HMV).
“Ele entrou na cirurgia às 9h, quando deu 9h45 ele saiu e a médica informou que a cirurgia tinha sido um sucesso”, disse a mãe da criança, Aliny Correia. Segundo ela, somente quando a criança foi ao banheiro, que ela levantou a bata, percebeu que o curativo estava do lado direito do corpo, e não do lado esquerdo, onde deveria ser realizado o procedimento.
Aliny Correia, mãe da criança, explicou que percebeu que a cirurgia foi feita do lado errado quando o filho foi ao banheiro e viu o curativo do lado direito e não do lado esquerdo
TV Cabo Branco/Reprodução
“A gente tentou fazer uma ultrassom nele no mesmo dia, mas ele não estava aguentando. Quando foi cicatrizando que a gente conseguiu fazer uma tomografia pélvica, que mostrou que a hérnia que ele iria operar continuava lá do mesmo jeito”, disse.
Uma Comissão de Ética Médica foi instaurada no Hospital do Valentina e concluiu que não houve erro médico e arquivou o caso.
Porém, o secretário de Saúde do Município, Luis Ferreira Filho, em entrevista à TV Cabo Branco, explicou que a gestão municipal e a direção do hospital discordam no entendimento da Comissão e encaminhou o caso ao Conselho Regional de Medicina. Ele também comentou que existe uma sindicândia interna instaurada.
“Nós iremos até as últimas instâncias para saber de quem foi a responsabilidade por fazer esse tipo de procedimento contrário na criança e estamos dispostos a dar todo o auxílio possível a essa criança que já vai passar, já passou por um momento de estresse. E terá que ser operado novamente para operar, agora sim, o lado certo da hérnia”, disse o secretário.
Em relação à médica que realizou o procedimento, inicialmente ela foi afastada, depois entrou de licença maternidade, mas ela vai ficar agora sob responsabilidade do Conselho Regional de Medicina.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina da Paraíba declarou que abriu abriu sindicância para apurar os fatos e que “havendo indício de infração ao código de ética médica, será aberto um processo ético profissional, com amplo direito de defesa, ouvindo o denunciante e o denunciado”.
De acordo com o presidente do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza, após a finalização do processo, o resultado pode ser o arquivamento ou a punição, que varia de uma advertência simples à cassação do registro médico, nos casos mais graves.
“O público pode denunciar indo diretamente na sede do conselho em João Pessoa ou procurando nossas delegacias em Campina Grande, Patos, Sousa e Cajazeiras, ou enviando um e-mail para o crmpb@crmpb.org.br”, destacou o médico.
Até esta quarta-feira (14), o menino não havia feito a cirurgia correta. A mãe informou que não quer mais fazer no mesmo hospital e agora espera terminar a carência do plano de saúde para fazer em uma unidade particular.

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