Caminhão pegou fogo no Túnel da Covanca, na Linha Amarela. Acidente deixou 110 pessoas feridas, sendo duas com gravidade. Incêndio em caminhão na Linha Amarela completa 1 semana
O incêndio em um caminhão que deixou 110 pessoas feridas no Túnel da Covanca, na Linha Amarela, completa uma semana nesta quinta-feira (14). Uma das vítimas que foi parar no CTI teve alta médica nesta quarta (13) e contou os momentos de desespero vividos no local.
Mônica Lucas estava em um carro com o marido e a cadelinha Kira a caminho de Cabo Frio, na Região dos Lagos, onde a família mora.
“De repente a gente escutou uma explosão muito forte do caminhão e eu gritei com ele: ‘vamos embora, vamos largar tudo e vamos embora’. De repente o túnel ficou todo preto e eu me perdi dele. Tentei me salvar e ir para os cantos para achar as paredes”, relembra a vítima.
Na tentativa, ela acabou se machucando em carros e paredes por não enxergar. Ao todo, 110 pessoas foram internadas com intoxicação e queimaduras – seis delas ainda permanecem internadas. Mônica chegou a ficar dois dias entubada na UTI de um hospital particular.
“Foi uma coisa horrível, quando eu fecho o olho eu me lembro com pavor de ver pessoas gritando e sem poder ajudar, sem um plano de fuga. Não tinha uma luz auxiliar, nobreak, sinalização, não tinha nada”, conta ela.
Desde o incêndio na Linha Amarela, o Corpo de Bombeiros iniciou uma série de vistorias em tuneis e mergulhões no estado do Rio. Até então, foram feitas 39 vistorias e apenas os túneis Marcello Alencar e 450, na região portuária, foram aprovados.
Incêndio em caminhão interdita trânsito na Linha Amarela
Reprodução/ TV Globo
Trinta e sete não conseguiram o certificado de aprovação para prevenção a incêndios e pânico porque apresentaram problemas no sistema de ventilação e exaustão. Entre eles, túneis importantes da cidade do Rio, como:
Túnel Rebouças, que liga as zonas Sul e Norte.
Túnel Santa Bárbara, entre Botafogo e Centro.
Túnel Zuzu Angel, que liga Gávea e São Conrado.
Túnel Noel Rosa, em Vila Isabel, na Zona Norte.
A concessionária Lamsa e a prefeitura têm 60 dias para mandar a documentação exigida para que os túneis possam funcionar em segurança.
Em nota, a Lamsa disse que fez a manutenção corretiva no Túnel da Covanca no mesmo dia do incêndio e acrescentou que faz manutenção diária na via. A Prefeitura do Rio não deu retorno para a reportagem.