Na semana em que começa a Festa do Peão de Barretos, g1 publica série de reportagens sobre a primeira moda caipira registrada no país e, na última, apresenta releitura exclusiva da canção feita pela dupla, a pedido do portal. Edson e Hudson fazem versão exclusiva para o g1 da 1ª música sertaneja gravada no Brasil
Já imaginou ouvir a primeira música sertaneja gravada no Brasil, que tem um registro raro e ainda precário de 1929, em uma versão moderna e repaginada por uma das maiores duplas da história do segmento? Não precisa mais imaginar.
A pedido do g1, Edson e Hudson gravaram uma versão exclusiva para o portal de “Jorginho do Sertão”, canção que inaugurou o gênero que iria se tornar no futuro o mais ouvido do Brasil.
Na semana em que começa a Festa do Peão de Barretos, considerado o maior rodeio da América Latina, e em homenagem aos 95 anos de música sertaneja no Brasil, o g1 publica uma série de quatro reportagens para contar a história da 1ª gravação de uma música caipira em disco no país e como ela formou o estilo que moldou gerações em todas as décadas a seguir.
No último conteúdo, nesta quinta-feira (15), o portal exibe o clipe especial produzido por Edson e Hudson exclusivamente para a série. Veja no vídeo acima como ficou e assista abaixo a entrevista com a dupla.
LEIA ABAIXO AS REPORTAGENS DA SÉRIE:
Como um ‘causo’ do folclore do Brasil virou a 1ª moda sertaneja em disco e criou o maior mercado musical do país
Quem foi Cornélio Pires, ‘criador’ do sertanejo ao gravar pela 1ª vez uma música caipira em disco
Música de três minutos, imitação de pássaros e cera de carnaúba: como era o 1º disco de música sertaneja gravado no Brasil
Edson e Hudson contam ao g1 como foi fazer releitura da 1ª música sertaneja do Brasil
“Jorginho do Sertão” foi gravada em 1929 pela dupla Mariano e Caçula depois de Cornélio Pires, que compôs a canção com fragmentos de “causos” que ele ouvia pelos sertões do Brasil, convencer o dono da gravadora Columbia de que aquela moda caipira, que antes era apenas uma manifestação popular, deveria se tornar algo profissional.
A música conta a história mítica de um trabalhador que foi carpir uma roça de café e, ao invés de receber o pagamento, ouve do patrão a proposta para casar com uma das três filhas. Em dúvida, Jorginho rejeita os três casamentos.
A gente tem muito que agradecer a tantas pessoas que fizeram parte da música sertaneja. Cornélio Pires foi um grande cara, ele acreditou muito em tudo, abraçou. Eu não só já conhecia a música como ouvi no disquinho. Tem uma gravação na internet que tem o disquinho lá e tem muitas curiosidades a serem contadas através dessa música”,
“Na minha opinião, a mensagem que a música passa para mim é que o Jorginho no final ele se apaixonou pelas três. Aí ele ficou com medo de magoar duas e falou: já que eu não posso casar com as três, eu não vou casar com nenhuma”, disse Hudson ao g1, no dia da gravação do clipe.
Edson e Hudson fizeram uma releitura exclusiva da primeira música sertaneja gravada em disco no país
Estevão Mamédio/g1
Como foi fazer uma releitura da canção?
A dupla criou uma versão especial da música para o g1. Responsável pela produção, Hudson afirmou que foi muito desafiador por se tratar de uma música complexa e longa para os padrões atuais.
A gente tentou obedecer ao máximo que a gente pôde à letra original, inclusive com o português naquele jeito que o caipira fala, e a gente trouxe a música para um estilão que pegou no Brasil que é o chamamé. Porque a primeira gravação é estilo viola só, ponteadão de viola, a gente trouxe para um chamamé, um rasqueado, que ficou legal, eu gostei do resultado
Edson e Hudson, inclusive, se apresentam no palco principal da Festa do Peão de Barretos neste domingo (18).
Confira a letra da música
Ajudai meu companheiro, ai, ai, ai, ai
No meio desse salão, ai, ai, ai, ai
Que nois dois cantando junto
Vai chorar dois coração
Jorginho do Sertão
Rapazinho de talento
Numa carpa de café
Ele enjeitô três casamento
Logo veio o seu patrão
Cheio de contentamento
Tenho três filha solteira
E ofereço em casamento
Logo veio a mais nova
Cheio de toques e fitas
Jorginho, case comigo
Que das três, sô a mais bonita
Logo veio a do meio
Vestidinho cor de prata
Jorginho, case comigo
Ou então você me mata
Logo veio a mais velha
Por ser mais interesseira
Jorginho, case comigo
Que eu sou a mais trabalhadeira
Jorge pegou seu cavalo
Ensilhô na mesma hora
Já disse pra morenada
E adeus, que eu já vou embora
Na hora da despedida
Ai, ai, ai, ai
É que a morenada chora
Ai, ai, ai, ai
O Jorginho resolveu
É melhor que eu mesmo suma
Não posso casá com as três
Aí eu num caso com nenhuma
Saiba tudo sobre a Festa do Peão de Barretos