Maria Alice morreu aos 87 anos e era jornalista e pedagoga. Estruturou e desenvolveu a área de relações institucionais da Rede Gazeta e participou de inúmeros projetos sociais e culturais no estado. Governador decreta luto oficial de três dias por morte de Maria Alice Paoliello Lindenberg
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), lamentou a morte da jornalista e pedagoga Maria Alice Paoliello Lindenberg e decretou luto oficial de três dias no estado. Dona Maria Alice tinha 87 anos e morreu nesta quinta-feira (15) por insuficiência respiratória devido a complicações de fibrose cística. Ela era acionista da Rede Gazeta e liderou importantes projetos sociais.
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Casagrande publicou sobre o decreto antes das 7h nas redes sociais.
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O governador comentou ao vivo em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo desta quinta-feira, sobre o legado de Maria Alice na construção da sociedade capixaba.
“Assim que eu soube do falecimento da Maria Alice pedi para decretar luto pela importância dela, pela sua história, dedicação ao nosso estado. É uma forma da gente reconhecer todo o trabalho e história dela no estado. Minha solidariedade a Rede Gazeta e a família Lindenberg. Eu tive a oportunidade de conviver com ela no tempo que estive a frente no primeiro governo como deputado federal, senador, vice governador e deputado estadual. Uma pessoa sempre gentil, elegante, mas muito humilde, muito atenciosa e com uma sensibilidade muito grande. Como ser humano, um ser humano que se dedicava a dar atenção as pessoas. Perdemos uma grande liderança, uma grande figura, uma grande pessoa”, disse Casagrande.
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O velório será realizado no cemitério Parque da Paz, na Ponta da Fruta, em Vila Velha, na Grande Vitória e será aberto ao público de 14h às 17h. Ela será cremada em uma cerimônia restrita aos familiares.
Quem era Maria Alice
Maria Alice Paoliello Lindenberg morre no Espírito Santo aos 87 anos
Reprodução/TV Gazeta
Filha de Lino Paoliello e Alice Marreco Paoliello, Maria Alice nasceu em 17 de fevereiro de 1937, em Itarana, região Central Serrana do Espírito Santo. Foi casada por mais de 30 anos com o empresário, músico e jornalista Cariê Lindenberg, fundador da Rede Gazeta, que faleceu em 2021.
Com ele teve três filhos – Carlos Fernando (Café), Letícia e Beatriz; cinco netos – Eduardo, Mariana, Carlos Fernando, Carolina e Antônio; e o bisnetinho Cristiano. Dona Maria Alice se retirou da vida pública em 2020, por ocasião da pandemia de Covid-19. Desde então, passava o tempo com a família.
Dona Maria Alice estruturou e desenvolveu a área de relações institucionais da Rede Gazeta a partir de 1987, comandando os trabalhos até 2014, sempre determinada e competente.
Maria Alice Paoliello Lindenberg morre aos 87 anos no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Lidou com as atividades de lá como missões de transformação social, muito antes disso virar uma diretriz entre as empresas que hoje buscam formas de seguir nessa direção. Antes do caminho corporativo, Maria Alice foi repórter de Cultura do jornal A Gazeta, no Caderno Dois, onde entrou em 1983, deixando clara sua inclinação para as artes e movimentos culturais de modo geral.
“Ela era além de uma representação empresarial. Ela podia simplesmente fazer a sua tarefa de representação da Rede Gazeta, sua tarefa profissional, familiar. Mas ela se dedicou por além. O que mais emociona as pessoas sempre na relação com quem se dedica para além daquilo que é a sua obrigação, é esse comprometimento que vai com compromisso com a empresa e sociedade capixaba independente de ter mandato, de ter função pública, o compromisso em melhorar a vida das pessoas”, relatou o governador.
Além de jornalista, era pedagoga. E da sala dela saíram projetos que mudariam para sempre a vida de milhares de professores na arte de ensinar ou que apoiariam artistas a ajudar as pessoas na arte de viver. Foi assim com o A Gazeta na Sala de aula, o Projeto Educar e nos inúmeros apoios culturais, entre alguns dos mais evidentes os de incentivo à Orquestra Sinfônica do Espírito Santo.
Legado
Durante sua gestão, a Rede Gazeta conquistou 12 da Aberje, a Asociação Brasileira de Comunicação Empresarial, entidade na qual Maria Alice também foi diretora. Pelo comprometimento em fazer do Espírito Santo um lugar mais próspero e, sobretudo, mais solidário, foi homenageada publicamente algumas vezes. Recebeu, por exemplo, a comenda Domingos Martins, na Assembleia Legislativa, honraria concedida às personalidades e instituições que tenham prestado relevantes serviços à população do estado.
“Ela esteve muito presente na história do nosso estado, por 30 anos cumprindo tarefas profissionais e sociais. O legado que fica é o legado do exemplo. Sempre que a gente tem uma pessoa que se dedica na construção de uma sociedade melhor, fica o legado do exemplo, eternizada por aquilo que ela fez”, pontuou.
Maria Alice Paoliello Lindenberg era acionista da Rede Gazeta, jornalista e pedagoga. Ela morreu aos 87 anos no Espírito Santo no dia 15 de agosto de 2024
Reprodução/TV Gazeta
O olhar sensível e a firmeza de suas ações também viabilizaram a participação fundamental dela em projetos filantrópicos que, além de transformar, salvam vidas. Foi vice-presidente da Ação Comunitária do Espírito Santo (ACES), apoiou programas voltados a jovens em situação de vulnerabilidade, proporcionando acesso à cultura e auxiliando na busca pelo primeiro emprego.
Também atuou a favor da criação da Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Afecc), da Associação Capixaba contra o Câncer Infantil (Acacci) e do Selo Compromisso com a Criança, que destacava empresas que tinham atuação agregadora nessa área e demonstrassem transparência nas ações.
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