Obra foi baseada em imagem viral do atleta, feita pelo fotógrafo francês Jerome Brouillet nos Jogos Olímpicos de Paris, e está temporariamente exposta no Ateliê Kobra em Itu (SP), no interior de São Paulo. Gabriel Medina é homenageado por Kobra em pintura realizada na prancha de surf
Divulgação
O registro do “voo” de Gabriel Medina minutos depois de conseguir a nota mais alta do surfe em Jogos Olímpicos, capturado pelo fotógrafo francês Jerome Brouillet, ganhou o mundo. Desde então, a comemoração do surfista ganhou diversas homenagens e reproduções, feitas por artistas e até empresas. Uma delas foi criada por um dos maiores nomes da arte urbana no mundo, Eduardo Kobra.
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Em seu ateliê em Itu (SP), Kobra fez uma pintura da icônica imagem em uma prancha de surfe, que foi cedida por um morador da cidade. Ao g1, o artista compartilhou o que o motivou a confeccionar o objeto e o sentimento que tem por Medina.
“Fiquei muito entusiasmado! Ele é um atleta que realmente merece ser aplaudido de pé, porque o que ele fez e faz pelo Brasil é algo que realmente vem inspirando e deixando um legado fortíssimo no surf brasileiro. Ele é um cara muito iluminado”, diz.
“É uma imagem sensacional! Não acho que ficou apenas para a história dessa Olimpíada, mas de todas as Olimpíadas”, diz Kobra.
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Reprodução/TV Globo
Ele também diz ser muito conectado ao surfista por ambos terem crenças e princípios semelhantes. “Tenho uma conexão com ele, pois também sou um cara com muita fé em Deus. Por isso fiz a menção da palavra ‘fé’ [na arte], junto a uma luz suave que propaga do céu”, explica.
O responsável por ceder a prancha foi o surfista, Rodrigo Candiani, que é de Itu, mas mora em Salto, cidade vizinha. Emocionado, ele contou ao g1 que está realizado por fazer parte da homenagem de Kobra, já que Medina é uma referência para ele desde pequeno.
“Fiquei honrado, feliz e em êxtase. Sempre soube que um dia eu ia comentar isso com alguém: um sonho de criança, de um menino do interior, virou realidade. Acho que é essa a essência do surf: essa fissura; essa devoção”, afirma.
Rodrigo Candiani Trem, de 45 anos
Arquivo Pessoal
A prancha está temporariamente exposta no Ateliê Kobra, que fica na Rua Padre Bartolomeu Tadei, n°9, no Alto, em Itu.
Kobra e as Olimpíadas
Essa não é a primeira vez que Kobra usa o “espírito Olímpico” como inspiração para suas obras. Um de seus quadros mais recentes, chamado de “Paz Olímpica”, ilustra a Torre Eiffel invertida, usada como tocha olímpica, e carregada por duas mãos, uma negra e uma branca, simbolizando a luta contra o racismo.
Antes do início dos Jogos Olímpicos, também foi inaugurado o mural “Voz da Liberdade” na cidade francesa de Saint-Ouen, base da delegação brasileira no país.
Mas a bagagem é muito maior: em 2016, criou o mural Etnias, no Boulevard Olímpico e, no mesmo ano, levou sua arte para Tóquio, que sediou as Olimpíadas seguintes, exaltando a cultura carioca com um mural de Tom Jobim e Vinícius de Moraes – ícones da bossa nova – na fachada da Embaixada Brasileira.
“É um tipo de arte que traz muita consciência. Que a gente pode mostrar para as novas gerações e valorizar esses ícones brasileiros, esses verdadeiros heróis olímpicos. A gente sabe que, em sua maioria, assim como eu, vieram de uma origem simples, sem apoio e sem incentivo, mas foram lá e brilharam. Lutaram independentemente de medalha ou não”, explica.
Gabriel Medina é homenageado por Kobra em pintura realizada na prancha de surfe
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*Colaborou sob supervisão de Júlia Martins
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