Cálculos biliares formados na vesícula dos bovinos valem mais que ouro e são super vigiados em frigoríficos. Pedra se tornou assunto após homem ser preso suspeito de furtar peça, avaliada em R$ 130 mil. Pedras da vesícula do boi
Reprodução TV Integração / Divulgação PRF
Conhecidos como “pedras de fel”, os cálculos biliares formados na vesícula dos bovinos valem mais que ouro e são super vigiados em frigoríficos. As pedras, que são utilizadas pela medicina oriental, se tornaram assunto no estado nesta semana após o funcionário de um frigorífico ser preso suspeito de furtar uma peça, avaliada em R$ 130 mil, e esconder dentro da cueca, em Mineiros, no sudoeste do estado.
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Para entender o assunto, o g1 conversou com Mohanna Pagoto, 32, que é auditora fiscal federal do Ministério da Agricultura e doutoranda do Programa de Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (UFG). A auditora explicou as razões dos valores exorbitantes e como funciona o processo de retirada da vesícula do boi.
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Frequência e alimentação
Ao ser questionada sobre a frequência de formação dos cálculos biliares nos bovinos, Mohanna explicou que a presença da pedra de fel na vesícula do animal tem relação direta com sua alimentação.
“Geralmente, os cálculos são formados em animais mais velhos e de pasto. Então, com esses animais, tem uma certa frequência. Tudo depende da criação e alimentação do bovino”, explicou a auditora.
Segurança máxima
Pagoto detalhou o momento em que é feito o corte da vesícula biliar do animal, que é monitorado por câmeras de segurança. Segundo a auditora, o funcionário do frigorífico responsável pelo corte não tem acesso ao conteúdo do órgão, como forma de evitar possíveis furtos.
“No momento em que a vesícula é cortada, tem uma câmera filmando o funcionário. Toda a ação após o abate é filmada” detalhou Mohanna.
A auditora fiscal completou dizendo que, após o corte, o conteúdo da vesícula cai em uma tubulação, que leva o conteúdo até uma caixa fechada com cadeados. “O conteúdo cai numa tubulação, o funcionário nem vê o que há dentro da vesícula. Tudo fica numa caixa fechada com cadeados, que é supervisionada por seguranças ao final do dia”.
Exportação para a Ásia
Bovinos em frigorífico de Palmeiras de Goiás
Arquivo Pessoal/Mohanna Pagoto
Com demanda quase nula no Brasil, a pedra de fel é exportada à Ásia para ser usada pela indústria farmacêutica, segundo Mohanna. A pedra é utilizada na medicina tradicional chinesa para a produção de medicamentos que auxiliam no tratamento de convulsões, pneumonias, epilepsia e outras doenças.
Valor exorbitante
Os valores das pedras variam de acordo com o peso. A grama da pedra de fel, no momento da venda para exportação, vale mais que a grama do ouro.
Dependendo do tamanho e peso, uma pedra de fel pode chegar a valores milionários. A pedra furtada em Mineiros avaliada em R$ 130 mil, tinha 250 gramas, segundo a Polícia Militar (PM).
Furto em Mineiros
Homem é preso em flagrante por furtar pedra de fel, em Mineiros
Divulgação/Polícia Militar
O funcionário de um frigorífico foi preso em flagrante suspeito de furtar uma ‘pedra de boi’, conhecida também como pedra de fel, em Mineiros, na última segunda-feira (12). O g1 não conseguiu contato com a defesa do suspeito até a última atualização desta reportagem.
De acordo com os relatos da PM, o suspeito fazia parte da área de abate do estabelecimento. Após flagrarem o furto por câmeras de segurança, o supervisor e o chefe do setor de abates fizeram uma vistoria no suspeito e encontraram a pedra escondida na cueca dele.
Funcionário é preso suspeito de furtar pedra de vesícula de boi
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