19 de novembro de 2024

PF faz nova fase da operação contra quadrilha acusada de lavar dinheiro por meio de criptomoedas; grupo movimentou mais de R$ 6,7 bilhões

‘Operação Aluir’ é o terceiro desdobramento da chamada ‘Operação Colossus’ e cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva contra os principais integrantes da organização criminosa que movimentou mais de R$ 13 bilhões em criptoativos. Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em São Paulo, em agosto de 2023
Divulgação/PF
A Polícia Federal realizou na manhã desta quinta-feira (15) em São Paulo uma operação para desarticular organização criminosa especializada em evasão de divisas e lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas.
A ‘Operação Aluir’ é o terceiro desdobramento da chamada ‘Operação Colossus’, que em janeiro deste ano revelou a existência de um esquema bilionário em que recursos financeiros de origem criminosa eram objeto de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
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Na ocasião, os policiais federais prenderam o principal líder do grupo, um influencer chamado de ‘rei dos criptos’, que teria movimentado mais de R$ 13 bilhões entre 2017 e 2021.
O empresário e influencer conhecido como ‘rei dos criptos’ foi preso no Aeroporto de Guarulhos, enquanto embarcava para Dubai, nos Emirados Àrabes Unidos.
Na operação desta quinta (15), a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva contra os principais integrantes da organização criminosa presos em janeiro.
Outros dois investigados também tiveram a prisão preventiva decretada, mas não foram localizados e são considerados foragidos da Justiça.
A Justiça Federal também decretou o bloqueio patrimonial e de bens dos investigados num valor total que supera a marca de R$ 6,7 bilhões.
Esquema com contas laranjas
Segundo os investigadores, os criminosos recebiam valores de origens ilícita através de diversas contas bancárias controladas por eles, mas pertencentes a empresas de fachada titularizadas por ‘laranjas’.
Após uma sucessão de transferências entre contas destas empresas, os recursos ilícitos eram convertidos em criptoativos e enviados a carteiras (wallets) controladas pelos criminosos que se utilizavam de tais serviços.
Foram identificadas pelo menos 68 empresas de fachada controladas pelo grupo, sendo que, de acordo com informações de Relatório de Inteligência Financeira – RIF, obtido junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
Em apenas nove destas empresas, a PF identificou a movimentação de mais de R$ 6,7 bilhões entre 2022 e 2023.
Um dos presos da Operação Aluir seria o gerente bancário de instituição financeira pública responsável pelas contas correntes em que as nove empresas destacadas movimentaram a quantia bilionária.
“A atuação se dava de forma a permitir a utilização das contas bancárias mesmo tendo conhecimento da origem criminosa dos valores movimentados, o que ocorria não só por meio do não cumprimento dos seus deveres funcionais, mas também via atuação ativa nos setores internos da instituição no intuito de revogar desbloqueios efetivados pelo setor de compliance em contas em nome das empresas de fachada controladas pela organização criminosa. Ainda, foram identificados diversos pagamentos em seu favor, que configuram vantagem indevida recebida em razão de sua função pública”, disse a PF.
Além dos dois mandados de prisão em São Paulo, os federais dizem que também há um mandado de prisão preventiva pendente de cumprimento de cidadã brasileira atualmente residente na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, pertencente à quadrilha.
Ele fugiu da tentativa de prisão na 2ª fase da Operação Colossus, e é considerada um importante membro da organização criminosa.
A prisão consta de difusão vermelha à Interpol já tendo sido comunicado o escritório central da polícia local, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

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