Hospital apontou hipótese de que lesões na cabeça de Sophia Fernandes tenham sido causadas por trauma não acidental, o que contrariaria versão da mãe. Polícia investiga. Mãe negou agressões após suspeita de maus-tratos contra menina de 3 anos morta em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
A mãe de Sophia da Silva Fernandes, de 3 anos, que morreu por suspeita de maus-tratos em Ribeirão Preto (SP), negou que tenha agredido a filha. A Polícia Civil investiga o caso como possível crime de maus-tratos, e o Hospital das Clínicas, onde a criança ficou internada, levantou a hipótese de que as lesões encontradas na cabeça da menina tenham sido decorrentes de um trauma não acidental (veja abaixo).
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A mulher, que não quis ser identificada, alega que os ferimentos ocorreram depois de uma queda de Sophia durante o banho. A criança morreu na sexta-feira (9).
“Eu sou mãe. Uma mãe não vai fazer isso contra um filho. Primeiro, se eu fosse fazer isso com meu filho, não iria criar aquele caos, não sairia contando para meio mundo o que aconteceu com meu filho, sendo que teria sido eu quem fiz. Como que eu, como mãe, faria isso com minha filha do meu próprio sangue? Minha filha sempre ficou comigo, sempre cuidei dela muito bem”, disse.
Pai da menina, Felipe Gomes Fernandes pediu uma investigação criteriosa sobre as causas da morte. À EPTV, afiliada da TV Globo, ele disse não acreditar na versão da ex-companheira.
Por sua vez, a mulher afirma que Felipe a acusa devido ao término do relacionamento dos dois.
“Não sei por que ele está me acusando, nunca dei motivo. Deve ser por raiva, porque terminei com ele, que a família não aceitou, e eles não se davam bem com minha família”, cita.
HC aciona polícia após laudo apontar morte violenta de menina de 3 anos
HC aponta lesões graves
Sophia da Silva Fernandes foi levada ao HC pela mãe dela e pelo padrasto no dia 1º de agosto. A criança morreu oito dias depois.
Segundo relatório do próprio hospital, Sophia deu entrada com quadro agudo grave de rebaixamento de nível de consciência e descerebração.
A tomografia a que a criança foi submetida revelou “hematoma subdural agudo com desvio de linha médica, sendo indicada abordagem cirúrgica na urgência”.
Sophia da Silva Fernandes morreu após dar entrada em Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
À EPTV, a mãe da criança disse que foi o padrasto de Sophia, atual companheiro dela, que encontrou a menina caída no box do banheiro.
Segundo a mulher, Sophia recebeu uma bucha de banho e um sabonete para poder se lavar, enquanto ela seguiu para a cozinha, cômodo que fica ao lado, para pegar um café.
“Pra minha cabeça, acho que ela acabou escorregando na buchinha que ela esfregou sabonete. Pode ter caído no chão e ela ter caído, ter batido a cabeça. No nosso banheiro tem uma mangueirinha sempre esticada. Ela pode sim, querer segurar na mangueirinha e puxado, sem querer ter caído.”
‘Trauma não acidental’
O laudo emitido pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto também mostra que Sophia foi submetida a uma cirurgia que revelou que a menina tinha um edema cerebral gravíssimo, sendo necessária amputação parcial de encéfalo.
No mesmo documento, consta a hipótese de trauma não acidental.
Ainda segundo o HC, Sophia tinha alterações de fundo de olho sugestivas de trauma de grande energia, não sendo possível excluir síndrome do bebê chacoalhado.
Advogado da mãe da criança, Wagner Simões defende que as lesões são decorrentes de problemas congênitos que Sophia apresentava desde o nascimento.
“O quadro clínico que a criança apresentou logo após o nascimento fez com que ela desenvolvesse algumas dificuldades que, segundo a mãe, levaram a criança até a sofrer dois episódios de convulsão e nos faz pensar que isso possa ser resultado de algo congênito e não de um fato exterior, de uma agressão, de algum tipo de mau trato ou acidente que ela tenha sofrido”.
Juiz da Vara da Infância e Juventude de Ribeirão Preto, Paulo Cesar Gentile destacou que acompanha o caso.
Relatório do HC de Ribeirão Preto, SP, apontou que Sophia da Silva Fernandes, de 3 anos, tinha alterações sugestivas de ‘trauma de grande energia’
Reprodução/EPTV
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