Eles representam mais de 121 mil pessoas que vão às urnas em 6 de outubro. Mudança no perfil demográfico pede adequação na logística das eleições, avalia sociólogo. Quase 26% dos eleitores em Ribeirão Preto tem mais de 60 anos
A aposentada Maria Elisa Vallim Rocha, de 79 anos, não é mais obrigada a votar, mas já anotou na agenda o compromisso inegociável que tem em 6 de outubro deste ano, quando todo o país vai às urnas para escolher os novos prefeitos. Ela nunca deixou de participar de uma eleição sequer. Foi ao menos 18 vezes, sem contar quando teve segundo turno.
“Sempre votei desde que tirei meu título de eleitor, eu votava, nunca deixei de votar, nunca justifiquei, nada, sempre votando”, diz.
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Idosos como a Maria Elisa representam pouco mais de 25% do total de eleitores em Ribeirão Preto (SP), o que corresponde a mais de 121 mil pessoas, o maior número desde 1992, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Veja a divisão por faixa etária:
Desse total, a maioria, pouco mais de 63 mil, são pessoas entre 60 e 69 anos. As outras faixas etárias, que contemplam grupos com voto facultativo, somam mais 58,4 mil.
Além disso, as mulheres formam a maioria do eleitorado entre os idosos. O volume recorde encontra explicação no envelhecimento gradativo da população brasileira.
A aposentada Maria Elisa Vallim Rocha, de 79 anos, de Ribeirão Preto, promete ir às urnas mesmo sem a obrigatoriedade
Cacá Trovó/EPTV
“Há um envelhecimento da população nacional e uma tendência não só do Brasil, mas dos países em desenvolvimento e desenvolvidos, que as pessoas tenham menos filhos. Com isso, a faixa etária maior, de 60 mais, vai se ampliando”, afirma o sociólogo Wlaumir Souza.
Segundo ele, a representatividade dessa faixa etária demanda cuidados extras com a logística nas eleições, como na adequação das urnas e do acesso até elas.
Há de se pensar se os números são grandes o suficiente devido a acuidade visual, há de se pensar em um maior cuidado com locomoção até as urnas, há de se pensar em apoio logístico a essas pessoas que por vezes nem sempre têm acompanhantes para poder votar”, diz.
Para Maria Elisa, enquanto ela puder, não vai deixar de participar do processo democrático. “Acho muito importante você votar, porque é uma forma de você escolher o candidato, nessa hora você vai ter a chance de optar, pra saber quem você vai colocar lá.”
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