19 de novembro de 2024

Homem é condenado a 13 anos e meio de prisão por tentar matar ex-namorada em Porto Alegre

Julgamento de Thiago Guedes Pacheco iniciou na quinta-feira (15) e terminou na madrugada de sexta (16). Réu está preso há quase cinco anos na penitenciária de Canoas. Thiago Guedes Pacheco, investigado por agredir ao menos 10 ex-namoradas no RS
Reprodução
Um homem foi condenado, em julgamento encerrado na madrugada desta sexta-feira (16), a 13 anos e seis meses de prisão pela tentativa de feminicídio da ex-namorada em Porto Alegre. O réu é Thiago Guedes Pacheco, de 43 anos, investigado por agredir ao menos 10 ex-namoradas.
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O caso julgado pela Justiça tratou das agressões contra a psicóloga Nádia Krubskaya Bisch, ex-namorada do réu, em 2019 (relembre o caso abaixo). Thiago está preso há quase cinco anos na penitenciária de Canoas, na Região Metropolitana.
O g1 entrou em contato com a defesa de Thiago, mas não obteve retorno até a atualização mais recente desta reportagem.
O julgamento começou na quinta-feira (15). Testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas, assim como o réu e a vítima. O júri foi formado por seis mulheres e um homem.
O acusado respondia por tentativa de feminicídio com quatro qualificadoras: motivo torpe, dissimulação, meio cruel em razão de asfixia e a questão de gênero em si.
O primeiro julgamento aconteceu no dia 3 de julho, mas terminou sem conclusão depois de um desentendimento entre o Ministério Público e a defesa, que levou a juíza encerrar a sessão.
De acordo com a Polícia Civil, dez mulheres já foram identificadas, e registraram diversas ocorrências contra Thiago por agressão, ameaça e repetidos descumprimentos de medidas protetivas. Sete das ocorrências foram feitas em Porto Alegre, e uma em Gravataí, na Região Metropolitana da Capital. Outras duas vítimas foram identificadas em Brasília e em Barcelona, na Espanha.
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O caso
Thiago e Nádia tiveram um relacionamento e terminaram em março de 2019. Na época, a psicóloga contou que foi constantemente perseguida e ameaçada de morte pelo homem. Em novembro de 2019, Nádia teria sido perseguida pelo ex no estacionamento do trabalho.
A polícia pediu a prisão preventiva do homem e, no mesmo mês, ele foi detido em uma operação de combate ao feminicídio realizada em todo o país. No entanto, ficou apenas um dia na cadeia.
Uma semana depois de ser solto, no início de dezembro, Thiago voltou a procurar Nádia. O acusado teria até o condomínio onde ela mora, na capital, e solicitado que ela fosse com ele até o carro, estacionado algumas quadras adiante. Segundo a denúncia, o homem a obrigou-a a entrar no veículo e, de acordo com a psicóloga, tentou matá-la.
“Ele me esperou na frente da minha casa, chorando, dizendo que estava muito difícil ficar longe, que estava sofrendo. Eu baixei a guarda. Ele me agarrou, começou com um inquérito sobre com quem eu estava, e começou a me agredir”, disse Nádia na época.
Nádia foi salva por um motorista que passou pela rua e percebeu as agressões. A pedido da polícia, a Justiça decretou novamente a prisão preventiva de Thiago por tentativa de feminicídio.
“Ele me deu um mata-leão, botou a mão na minha boca e dizia com os dentes cerrados que iria me apagar, me matar, desovar meu corpo. Me dava tapas, puxão de cabelo, que eu era isso e aquilo. Na terceira vez [que a agarrou], lembro de ficar tudo preto e de meu corpo amolecer, da sensação de desmaio. Fingi que tinha desmaiado. Não sei quanto tempo fiquei sem respirar”, recorda.
Thiago foi preso em fevereiro de 2020. Ele estaria escondido em um apartamento no Centro Histórico da capital.
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