19 de novembro de 2024

‘Prévia do PIB do Banco Central tem alta de 1,1% no 2º trimestre, mas mostra desaceleração

PIB é a soma de todos os bens e serviços no país e serve para medir a evolução da economia. Dado oficial será divulgado pelo IBGE no começo de setembro. O Banco Central informou nesta sexta-feira (16) que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou uma alta de 1,1% no segundo trimestre deste ano.
O resultado pelo BC foi calculado após ajuste sazonal — uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes. A comparação foi feita com os três primeiros meses de 2024.
O dado divulgado nesta sexta-feira pelo Banco Central mostra desaceleração da economia. Isso porque, no primeiro trimestre deste ano, o IBC-BR teve uma expansão maior, de 1,5%.
O crescimento do IBC-Br no 2º trimestre 2024 foi o terceiro resultado positivo seguido. A última retração do indicador foi registrada no terceiro trimestre de 2023 (-0,8%).
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial do período, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será divulgado em 3 de setembro.
Se o PIB cresce, significa que a economia vai bem e produz mais. Se o PIB cai, quer dizer que a economia está encolhendo. Ou seja, o consumo e o investimento total é menor. Entretanto, nem sempre crescimento do PIB equivale a bem estar social.
Atividade tem surpreendido
Apesar da desaceleração da prévia do PIB do Banco Central no segundo trimestre deste ano, o Banco Central avaliou, por meio da ata da última reunião do Copom que a “atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo maior do que o esperado”.
Em junho, o BC estimou uma expansão de 2,3% para a economia neste ano, mas o dado será revisado no fim de setembro.
Em julho, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda manteve a projeção de crescimento do PIB em 2,5% para 2024.
Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe econômica deve revisar a projeção de crescimento da economia em 2024, para além da estimativa atual, de 2,5%.
O cenário de atividade aquecida, com o mercado de trabalho apresentando bom desempenho, acontece apesar do Banco Central ter interrompido o processo de corte e mantido a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 10,5%. Esse é o terceiro juro real mais alto do mundo.
Nesta semana, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, avaliou que a taxa de juros brasileira está baixa em termos históricos. Ele citou o período dos últimos cinco anos. O BC calibra a taxa de juros para atingir a meta de inflação dos próximos anos, que é de 3%, com teto de 4,5%.
Mês de junho
De acordo com o Banco Central, em junho deste ano, na comparação com o mês anterior, o IBC-Br registrou uma expansão de 1,4%.
Com isso, houve melhora na comparação com maio, quando o indicador teve crescimento de 0,4%.
Essa também foi o terceiro mês seguido de expansão. A última queda mensal do índice foi em março deste ano (-0,2%).
Na comparação com junho de 2023, a chamada prévia do PIB do BC teve alta de 3,2% (sem ajuste sazonal).
Ainda segundo o Banco Central, o IBC-Br apresentou crescimento de 2,1% na comparação com os seis primeiros meses de 2023. E, em 12 meses até junho, a expansão foi de 1,6%. Nesses casos, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.
‘Prévia’ do PIB do Banco Central tem alta de 1,4% em junho
PIB X IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados a “prévia do PIB”. Porém, o cálculo do Banco Central é diferente do cálculo do IBGE.
O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o maior crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria mais pressão inflacionária, o que poderia contribuir para conter a queda dos juros.
Diante da alta das expectativas de inflação para os próximos anos, a instituição informou, recentemente, que “não hesitará em elevar a taxa de juros” se julgar apropriado.

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