18 de novembro de 2024

PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques por prejudicar o deslocamento de eleitores na eleição de 2022

O ex-ministro da Justiça já responde a outros dois inquéritos: o da minuta do golpe e o das ações do 8 de janeiro. O ex-diretor-geral da PRF passou quase um ano preso por tentativa de interferência no segundo turno das eleições para beneficiar Jair Bolsonaro. PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques por impedirem deslocamento de eleitores no 2º turno da disputa presidencial
A Polícia Federal indiciou o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, por impedirem o deslocamento de eleitores na disputa de segundo turno, em 2022.
Os investigadores reuniram provas baseadas em depoimentos, mensagens trocadas, planilhas e imagens. Está tudo em um relatório parcial de 221 páginas, encaminhado ao STF – Supremo Tribunal Federal, com o pedido de indiciamento de seis pessoas: Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, ambos do governo Bolsonaro, além de outros quatro policiais federais cedidos ao Ministério da Justiça.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que eles teriam atuado para impedir o deslocamento de eleitores do então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, para os locais de votação no segundo turno das eleições de 2022, principalmente no Nordeste.
PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques por prejudicar o deslocamento de eleitores na eleição de 2022
Reprodução/TV Globo
Ainda segundo a PF, agentes da Polícia Rodoviária Federal bloquearam estradas e fizeram blitzes em ônibus. Só depois que a Justiça Eleitoral ameaçou prender os envolvidos é que houve o desbloqueio.
PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques por prejudicar o deslocamento de eleitores na eleição de 2022
Reprodução/TV Globo
Anderson Torres já responde a outros dois inquéritos: o da minuta do golpe e o das ações do 8 de janeiro. No início de 2023, ele chegou a ficar preso por quatro meses, por suposta omissão nos atos golpistas.
Silvinei Vasques passou quase um ano preso por tentativa de interferência no segundo turno das eleições para beneficiar Jair Bolsonaro. Foi solto semana passada.
PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques por prejudicar o deslocamento de eleitores na eleição de 2022
Reprodução/TV Globo
A PF também pediu ao STF mais tempo para ouvir os investigados, antes do relatório final. Eles são suspeitos de infringir um dos artigos do Código Penal, que trata de violência política: o de restringir, impedir ou dificultar o exercício de direitos políticos. A pena prevista é de três a seis anos de prisão.
A defesa de Silvinei Vasques afirmou que o artigo do Código Penal não se enquadra no caso do cliente, que se o fato tivesse sido praticado, seria por preferência política, o que não é um dos elementos do tipo penal, e que se enquadraria no crime de prevaricação.
A defesa de Anderson Torres disse que só vai se manifestar depois de ter acesso aos autos.
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