Se em 1964 colocar a programação da emissora dentro das casas das pessoas podia demorar dias, 40 anos depois a tecnologia tinha avançado muito e as imagens chegavam aos televisores com muito mais qualidade, rapidez e praticamente ao mesmo tempo em que os fatos ocorriam. Cinegrafista durante apresentação de programa da TV Triângulo nos primeiros anos da emissora.
Arquivo/ TV Integração
A reportagem em vídeo que compõe o Especial de 40 anos da TV Integração entra no ar neste sábado (17) e já pode ser assistidas via streaming no Globoplay. O programa mostra como a tecnologia de 1964 tornava a transmissão de uma TV um verdadeiro desafio, até a evolução que permitiu melhor qualidade de som e imagem, transmitidas em tempo real ao telespectador.
Se em 1964 as imagens chegavam aos televisores em preto e branco, chuviscadas e com som chiado, no início dos anos 2000 a situação era bem diferente, com cores e sons tinham muito mais qualidade.
A TV nos anos 1960
A primeira metade do século XX foi dominada pelo rádio, mas no início dos anos 1950, o empresário Assis Chateaubbriand trouxe a televisão para o Brasil. No entanto, 10 anos depois, poucas capitais contavam com as próprias emissoras.
Só que em 1964, quando os Beatles conquistavam o mundo, Tóquio recebia atletas para as Olimpíadas e o Brasil entrava em um período marcado pela violência e repressão, os 130.000 mil habitantes de Uberlândia viam a TV Triângulo surgir.
Como qualquer início, nada foi fácil. A tecnologia da época ainda engatinhava e o sinal da emissora ficava restrito à Uberlândia. Mesmo com a proximidade, a programação não era vista sequer em Araguari.
Nas telas dos televisores, imagens chuviscadas e som com pouca qualidade ainda dificultava o acompanhamento da programação.
Na emissora, diversos desafios. Sem equipamentos de videoteipe, a TV Triângulo tinha que preencher toda a programação dos destaques artísticos da cidade ao vivo.
A arte da televisão dependia da criatividade para deixar tudo pronto para ir ao ar ao vivo. Ensaios e emoção marcavam cada programa. Na cobertura jornalística, o primeiro cinegrafista ia para as coberturas de bicicleta.
“Eu ia de bicicleta, correndo o risco nas avenidas. Chegava lá, botava bicicleta em algum canto. Às vezes ouvia um ‘você não põe essa bicicleta aqui dentro, não’, e eu respondia, ‘mas é a única condução que eu tenho”, disse o ex-cinegrafista Roberto Cordeiro.
Registro de cinegrafista
Arquivo/ TV Integração
Aprendizado e agilidade
Naquela época a televisão ainda engatinhava e em Uberlândia o aprendizado ocorria com a os programas no ar. Já com o videoteipe, habilidade e agilidade eram fundamentais para a programação permanecer no ar sem problemas.
“No videoteipe, que era o quadruplex, a fita era muito pesada, em torno de 6 a 8 kg, a gente tinha 15 segundos para trocar uma fita, reposicionar e colocar no ponto da outra gravação. No tele cenas, as programadas tinham 7 segundos. Era o tempo da troca do filme, dava 7 segundos, 8, no máximo, o filme tinha que estar pronto para ser exibido. Com 15 segundos eu trocava duas vezes o filme, mas tinha que ter habilidade e ficávamos no cronômetro treinando o tempo todo”, disse o ex-editor de imagens, Hélio Sudário.
Durante muitos anos, os filmes precisavam ser trocados para publicidade.
Arquivo/ TV Integração
Para a programação que vinha de emissoras de São Paulo e depois vindas da Rede Globo, nada de sinal via satélite. As fitas eram transportadas de carro.
E se os telejornais eram exibidos ao vivo, as imagens, nem sempre.
“Quando ocorria um acidente BR-050, por exemplo, a gente não tinha como ir lá filmar e mostrar aquela imagem, daquele acidente. Então tinha sempre algumas imagens que a gente extraía de um rolo de filme que tinha acidente de trem, acidente com avião, um acidente automobilístico de barco, de tudo. Então a gente separava de automóvel, acidente rodoviário e a gente tinha aquela imagem para cobrir aquele acidente”, afirmou o jornalista Orlei Moreira.
E em frente a câmera, nada de leitura. Os apresentadores tinham que decorar tudo.
Alguns anos depois, com equipes de jornalismo em outras cidades, era a vez dos repórteres gravarem e enviarem os videoteipes para a edição. Só que nada de transmissão via satélite. As reportagens feitas em Ituiutaba e Patos de Minas, por exemplo, eram enviadas para Uberlândia por meio de carona.
Era do tempo real
Em 2004 a tecnologia já permitia o videoteipe e diversas outras funcionalidades para a televisão
Arquivo/ TV Integração
À medida que o tempo passava e a tecnologia avançava, o jeito de fazer televisão também mudou. O avanço tecnológico trouxe cor e nitidez às imagens.
Se em 1964 o sinal da TV não saía de Uberlândia, 40 anos depois 136 municípios assistiam toda à programação.
E na era analógica os produtos que eram feitos a partir de slides e fitas e transportados de carros por centenas de quilômetros e a programação exibida até dias depois. Agora, edições são feitas em computadores e transmitidas em tempo real.
Equipes de várias cidades diferentes levam ao telespectador o que está acontecendo no momento através da transmissão via satélite.
O ao vivo que antes era a regra, atualmente é uma ferramenta. O videoteipe permitiu que as imagens reais do assunto sejam mostradas ao espectador.
Assista ao Especial 40 anos
Parte 1
Memória TV Integração – Especial 40 anos – Parte 1
Parte 2
Memória TV Integração – Especial 40 anos – Parte 2
Parte 3
Memória TV Integração – Especial 40 anos – Parte 3
Especial 30 anos de história da TV Integração mostra os desafios para uma televisão no interior de MG
Especial 35 anos de história da TV Integração apresenta a primeira afiliada da Rede Globo
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