Apresentador e dono do SBT Silvio Santos morreu, aos 93 anos, na manhã deste sábado (17), em São Paulo. Ele estava internado em um hospital particular, desde o início do mês, para tratar um quadro de H1N1. Silvio Santos usou o microfone para interagir com o público pela primeira vez na barca Rio-Niterói
Nascido e crescido no Rio, a carreira do apresentador Silvio Santos também começou na capital fluminense. Antes de ir para São Paulo, Silvio usou o microfone para interagir com o público pela primeira vez na barca Rio-Niterói. O apresntador morreu, aos 93 anos, na manhã deste sábado (17), depois de complicações no tratamento de influenza.
Morador da Lapa na infância, Silvio serviu ao Exército, na Escola de Paraquedistas, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio. Depois das aventuras nos céus, Silvio, que já tinha trabalhado na rádio Guanabara, não quis mais ser camelô.
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Foi então que ele começou a trabalhar de locutor em algumas rádios. Uma delas ficava em Niterói e, por isso, Silvio era obrigado a pegar as barcas para fazer a travessia Rio-Niterói. Um belo dia, ele teve a ideia de colocar alto-falantes para animar a viagem dos passageiros.
Enquanto isso, fazia anúncios, brincadeiras e vendia produtos. Ainda não era um auditório, mas foi a primeira vez que Silvio Santos pegou o microfone para interagir com a plateia. Na década de 50, Silvio foi para São Paulo a passeio, mas uma oportunidade de trabalho fez a carreira deslanchar e ele não voltou mais.
Uma carreira grandiosa que revolucionou a história da TV brasileira, mas que começou no Rio e nunca perdeu suas raízes. Em 2001, Silvio foi homenageado pela Tradição com o enredo “O Sorriso do Patrão”, que contou com a presença do comunicador em destaque no desfile na Sapucaí.
Silvio Santos foi homenageado no carnaval de 2001 pela escola de samba Tradição; relembre
Pelas redes sociais, a escola de samba disse que está em luto e que Silvio fez parte da história da agremiação. “Obrigada por tudo, Silvio”, completa o posicionamento.
‘Cria’ do Rio; relembre a história
O empresário e apresentador Silvio Santos desfila como destaque da escola de samba carioca Tradição, em fevereiro de 2001, cujo enredo era ‘O Homem do Baú-Hoje é Domingo, é Alegria. Vamos Sorrir e Cantar!’, no Rio de Janeiro
Fábio Motta/Estadão Conteúdo/Arquivo
O pai de Silvio Santos, Alberto Abravanel, era um empresário judeu nascido na Grécia na época de domínio otomano. Sua mãe, Rebecca Caro, também era judia e nascida na Turquia, região central do Império Otomano. Os dois migraram para o Brasil em 1924, passando a morar no Rio de Janeiro.
Silvio Santos – registrado como Senor Abravanel – foi o primeiro dos seis filhos de Alberto e Rebecca Abravanel. Ele nasceria em 12 de dezembro de 1930, numa casa da Vila Rui Barbosa, que ficava entre a avenida Henrique Valadares e a rua do Senado.
Silvio estudou o ensino fundamental na antiga Escola Primária Celestino da Silva, hoje Escola Municipal Celestino da Silva, que fica na Rua do Lavradio. Terminado o primário, ele foi matriculado pelos pais na Escola Técnica de Comércio Amaro Cavalcanti, hoje Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, no Largo do Machado, onde se formou em Contabilidade.
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Silvio Santos teve a primeira experiência com comércio na loja do pai, que vendia suvenires. Aos 14 anos, Silvio trabalhava de camelô na Avenida Rio Branco, no Centro. Mesmo sendo um estudante, ele achava que deveria ter um emprego e não podia viver à custa dos pais.
Com 18 anos de idade, serviu ao Exército, na Escola de Paraquedistas, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio. Na época do exército, ele passou a trabalhar voluntariamente na Rádio Mauá, em Niterói, na qual apresentava programas com outros locutores.
Ao deixar o exército, continuou a trabalhar como camelô e como radialista, passando pela Rádio Tupi e pela Rádio Continental, muito populares no final da década de 1940. Aos 32 anos, ele começou a apresentar o programa que até hoje leva seu nome no SBT.