Os alunos Samuel e Caetano conquistaram o ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) na Jornada de Foguetes em 2023. A dupla trouxe a medalha de prata na edição deste ano. Estudantes de São José do Rio Preto (SP) se destacam na Mostra Brasileira de Foguetes
Curiosos e instigados desde pequenos, os alunos Samuel e Caetano, de São José do Rio Preto (SP), sempre foram apaixonados por astronomia e colocaram a “mão na massa” na hora de confeccionar o primeiro foguete da dupla, que trouxe o ouro em 2023, na Olímpiada de Astronomia e Astronáutica (OBA). Neste ano, os meninos voltaram para casa trazendo a medalha de prata.
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Samuel de Souza Lopes e Caetano Pieralisi, ambos de 15 anos, participaram da OBA que é realizada anualmente pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Dentro da Olímpiada, é realizada a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), competição na qual os meninos se destacaram.
Dupla de estudantes Samuel e Caetano de Rio Preto (SP) que participaram da Jornada de Foguetes no Rio de Janeiro
Arquivo pessoal
Dentro da MOBFOG, existe a Jornada de Foguetes. A competição durou quatro dias e contou com a participação de 64 equipes.
A pedagoga Janaína Bertoldi de Souza, de 38 anos, que trabalha na escola onde os alunos estudam e acompanhou os adolescentes na prova, explicou que a MOBFOG reúne estudantes do ensino fundamental, médio e superior de todo o Brasil:
“O objetivo do evento é fomentar esse interesse dos jovens pela Astronáutica, Física, Astronomia e foguetes em particular” , explica.
Para conseguir uma oportunidade na MOBFOG, é preciso seguir alguns critérios e requisitos estabelecidos pela comissão avaliadora. Somente equipes, que obtêm lançamento a mais de 100 metros de distância são convidadas a participarem da Jornada de Foguetes que ocorre em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro.
Samuel e Caetano de Rio Preto (SP) conquistaram o ouro na Jornada de Foguetes em 2023 e o prata neste ano
Arquivo pessoal
“O evento conta com uma programação de oficinas, palestra e os lançamentos entre as equipes participantes. Nos quatro dias de jornada, os alunos tem um cronograma a seguir, com regras diversas, pois, dentre as penalidades, há desconto, em metros, nos lançamentos dos foguetes, para os que não cumprirem” ,conta.
Além de participar da disputa de lançamentos, com outras equipes, os alunos também fizeram uma apresentação com detalhes sobre os testes, a construção da base e do foguete.
A dupla
Samuel e Caetano resolveram, em 2023, construir o primeiro foguete para a MOBFOG. À época, garantiram o ouro na participação de Nível 3 de lançamento.
Estudantes de Rio Preto (SP) se preparando o foguete para o evento no Rio de Janeiro
Arquivo pessoal.
Janaína explicou, ainda, como funcionam os níveis e alguns dos critérios das provas:
“No nível 3, é somente feito com água e ar comprimido injetado por uma bomba manual, semelhante a de encher pneus de bicicletas. Neste ano, eles foram vice-campeões do evento de Nível 4, onde os foguetes foram lançados pela reação química entre o vinagre e o bicarbonato de sódio” ,explica.
Ao g1, Caetano contou que sempre se interessou por astronomia e desde que ficou sabendo sobre a Jornada de Foguetes, ele busca participar. Para o adolescente, a conquista veio como uma forma de estimulá-lo a seguir desenvolvendo novos trabalhos e sempre almejando bons resultados.
Samuel e Caetano de Rio Preto (SP) são interessados no mundo da astronomia e ciência desde pequenos
Arquivo pessoal
“A cada lançamento bem-sucedido a sensação é gratificante, dá um alívio enorme, a vibração dos professores e os organizadores nos dá uma sensação de vitória e orgulho única” ,explica.
Já Samuel diz que foi incentivado pelo amigo. Inicialmente ele não tinha muito interesse por foguetes, mas aos poucos começou a entender sobre a dinâmica de criação e lançamento dos mesmos.
Ambos desenvolveram e fizeram os testes de lançamentos de foguete em casa, de forma totalmente manual.
“Eu me juntei com o Caetano então que tinha gostos parecidos e a vontade de participar na Jornada de Foguetes. A gente foi aprendendo mais sobre foguetes nas oficinas e lançamos o nosso próprio” ,conta.
Incentivo Familiar
As mães dos alunos contam que essa paixão vem desde mais novos. Para elas, o premio é sinônimo de muita dedicação, amor e orgulho.
Francine de Jorge, de 45 anos, é empresária e mãe do Caetano. Ela conta que ele sempre amou desmontar equipamentos eletrônicos e tinha muito interesse em assuntos de astronomia. Ao ver o comportamento do adolescente, a irmã dele também começou a descobrir algumas habilidades.
Caetano e Samuel participaram da Jornada de Foguetes em 2024 no nível 4 que usa a reação química do vinagre com o bicarbonato de sódio
Arquivo pessoal
“Ele não se interessa por jogos como a maioria dos jovens da idade dele. O negócio dele é montar “engenhocas”. A irmã dele, de 8 anos, se inspira muito nele e gosta do mesmo tipo de coisa”, conta.
A mãe de Samuel, Maria Lúcia Cláudio de Souza Proni, de 58 anos, dona de casa, diz que o filho sempre gostou de fazer descobertas e experiências com materiais domésticos.
Samuel e Caetano de Rio Preto (SP) com um dos foguetes que eles fizeram
Arquivo pessoal
“Ele sempre foi muito observador, um interesse em saber com as coisas funcionam. Chegou a fazer um microscópio com a câmera de um celular velho pra ver cascas de vegetais”, explica.
Os adolescentes sempre foram incentivados pelos pais, mas o despertar nesta jornada científica vai muito além disso. São habilidades que começam a ser desenvolvidas e prometem render muitos prêmios… Quem sabe até mesmo uma futura profissão.
Afinal de contas, não há barreiras no tempo e no espaço que possam impedi-los de atingir sonhos e objetivos.
Sob supervisão de Henrique Souza
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