Antony Blinken chegou a Jerusalém neste domingo (18) e classificou situação como ‘momento decisivo’; Netanyahu e Hamas se acusaram mutuamente por falta de acordo por cessar-fogo. Blinken vai se reunir Netanyahu em Israel
Jornal Nacional/ Reprodução
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, desembarcou em Israel neste domingo (18) para se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em meio às negociações por um cessa-fogo na Faixa de Gaza e a escalada das tensões no Oriente Médio.
Blinken afirmou que é um “momento decisivo” ao comentar sobre o mais recente esforço diplomáticos dos Estados Unidos por um acordo entre Israel e Hamas, informou a agência Reuters. Segundo o secretário, esta é “talvez a última oportunidade” de também garantir o retorno dos reféns de Gaza.
Principal diplomata dos EUA, Blinken disse, antes de se reunir o presidente israelense, Issac Herzog, que Washington está trabalhando para garantir que não haja uma escalada regional de conflitos. A viagem ocorre em meio a preocupações sobre um possível ataque do Irã a Israel após o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, no fim de julho.
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Netanyahu e o grupo terrorista palestino Hamas se acusaram mutuamente neste domingo pelo fracasso dos mediadores em alcançar um acordo por um cessar-fogo em Gaza, conforme a Agência France Presse (AFP).
O primeiro-ministro de Israel pediu à comunidade internacional que pressione o Hamas para negociar uma trégua no território palestino. Já o grupo terrorista acusou o premiê israelense de “obstruir” o acordo, após a última rodada de negociações em Doha, no Catar.
“Consideramos Benjamin Netanyahu totalmente responsável pelo fracasso dos esforços dos mediadores, por obstruir um acordo e pelas vidas dos reféns, que correm o mesmo perigo que o nosso povo”, afirmou o movimento islamista palestino em um comunicado.
Mesmo assim, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que “ainda é possível” alcançar um cessar-fogo em Gaza e que seu país não se dará por “vencido” no esforço para conseguir esse objetivo. A presença de Blinken na região faz parte dessa tentativa.
Esta é a nona viagem do chefe da diplomacia dos Estados Unidos ao Oriente Médio desde o início da guerra há mais de 10 meses, desencadeada após um ataque mortal do movimento islamista Hamas no sul de Israel em 7 de outubro.
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Blinken se reunirá separadamente na segunda-feira com Netanyahu, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o presidente, Isaac Herzog, antes de viajar ao Egito na terça-feira (20), segundo um funcionário que o acompanha na viagem informou à AFP.
Apelo de Israel e negociações
Neste domingo, Netanyahu fez um apelo por uma “forte pressão” sobre o Hamas e “não sobre o governo israelense”, denunciando a “rejeição obstinada” do movimento palestino a uma possível trégua.
“Há coisas nas quais podemos ser flexíveis e outras nas quais não podemos”, reiterou, afirmando que “além dos esforços consideráveis para trazer nossos reféns de volta, permanecemos firmes nos princípios (…) essenciais para a segurança de Israel”.
As negociações indiretas para um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas serão retomadas nesta semana, no Cairo. Os países mediadores, Estados Unidos, Catar e Egito, mencionaram progressos nas negociações, após uma primeira rodada na quinta e sexta-feira em Doha, e os negociadores israelenses compartilharam seu “otimismo moderado”.
“O sentimento, em particular entre aqueles que fizeram parte da mediação em Doha, é que os diferentes pontos de bloqueio que existiam antes podem ser superados e que os esforços continuarão”, declarou uma autoridade americana que acompanha Blinken.
Mas para o movimento islamista palestino, que não quis participar das conversas, essa possibilidade é uma “ilusão”. “Não estamos diante de um acordo ou negociações reais, mas sim da imposição de regras pelos americanos”, disse Sami Abu Zohri, membro do gabinete político do Hamas.