Filho do criador do Baú da Felicidade, Carlos Alberto de Nóbrega conta como Silvio Santos tirou empresa da falência e transformou problema em sucesso. A relação dos dois começou ainda na época do rádio, na década de 50. Filho do criador do Baú da Felicidade, Carlos Alberto de Nóbrega conta como Silvio Santos transformou o negócio de carnês
Silvio Santos também era conhecido como “o homem do baú”, por ser dono do Baú da Felicidade, que distribui prémios em troca de mensalidades. Mas por trás do empresário de sucesso, havia uma pessoa generosa e tímida, como contou o apresentador Carlos Alberto de Nóbrega, amigo de Silvio Santos por mais de 70 anos.
Carlos Alberto de Nóbrega recebeu o Fantástico em casa para falar da relação com Silvio, que começou ainda na época do rádio, na década de 50. Veja no vídeo acima.
“Eu tinha 18 anos de idade e ele tinha 24. Foi um começo de carreira. E nós tivemos uma afinidade muito grande. O Silvio era muito tímido. E ele era locutor comercial do meu pai, do programa Manuel de Nóbrega”, conta Carlos Alberto.
Em 1958, o Baú da Felicidade pertencia a Manoel de Nóbrega. Mas a empresa ia muito mal, quase falindo. Em poucos anos, Silvio transformou o “problema” em um enorme sucesso.
“E meu pai ligou para o Silvio: ‘Silvio, preciso que você me ajude. Que eu estou ferrado. Eu não posso ter meu nome sujo. Toma conta disso pra mim.’ No final do ano, ele já tinha salvo meu pai dessa vergonha. Aí meu pai disse: ‘não, Silvio. Você já me ajudou, já me tirou do buraco. Baú é meu, fica com ele pra você'”, diz.
Nos anos 70, Silvio ganhou a concessão de um canal só pra ele. Naquela época, Manoel de Nóbrega já estava muito doente.
Filho do criador do Baú da Felicidade, Carlos Alberto de Nóbrega conta como Silvio Santos transformou o negócio de carnês
Reprodução/TV Globo
“O meu pai teve um câncer. E o Silvio falou: ‘Carlos, tu sabe que teu pai não chega ao fim do ano, né?’ Falei ‘sei, Silvio’. ‘Eu quero que você saiba de uma coisa: o que o dinheiro puder comprar, o Manoel vai ter.’ E o Silvio pagou todo o tratamento do meu pai. Quando eu digo todo, era todo. De uma gaze, de três cirurgias, ele nunca me pediu um recibo”, relata.
“Ele tinha vergonha de ser bondoso. Vergonha. Isso eu te garanto pelos 70 anos de amizade que nós tivemos. Ele era uma pessoa boa”, completa.
Depois de 11 anos brigado com Silvio Santos, Carlos de Nóbrega voltou para o SBT.
“Eu sentia saudade do Silvio. Começou uma hora que começou a fazer falta. Cara, pela vida dos meus netos que tão aqui assistindo. Eu sonhava com o Silvio e meu pai entrava, no sonho. Vai lá dar um abraço no Silvio. Vocês são irmãos. Não quero ver vocês brigados. E fui jantar com ele. Nós nos abraçamos com muita força. Falou ‘po, Carlos, por que nós brigamos, cara?’”, lembra Carlos, emocionado.
Manoel de Nóbrega e Silvio Santos
Reprodução/TV Globo
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