18 de novembro de 2024

Pacientes com diabetes sofrem com a falta de insulina em Belém

Secretaria Municipal de Saúde informou que a aquisição de insulinas de ação rápida e lenta está em fase de regularização. Já o Ministério da Saúde informou, mesmo após vários relatos de falta do medicamento, que o abastecimento está regular no Sistema Único de Saúde. Pacientes diabéticos sofrem com a falta de insulina em Belem
A falta de insulina tem preocupado pacientes que dependem do medicamento, em Belém. A situação coloca em risco a saúde e a vida de quem é diabético. Neto Araújo, que faz uso de insulina há mais de 30 anos, ficou em 2023 sem receber a medicação durante meses. Segundo um familiar dele, em 2024 a situação se repete.
“Ele foi orientado a tomar duas insulinas por dia, tanto a de longa duração, que é à noite, como a rápida, que é após o almoço. Ele não pode ficar sem a insulina, de forma alguma”, afirma Mônica Araújo, irmã de neto.
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Para controlar a diabetes, Neto utiliza dois tipos diferentes da medicação. O último mês que ele conseguiu pegar a insulina foi em maio deste ano.
A insulina é entregue gratuitamente a pacientes diabéticos. Em Belém, a distribuição é feita pelo Centro de Especialidades Medicas e Odontológicas (Cemo).
“Sem essa insulina, eu posso ter complicações tanto agudas, como crônicas. Agudas com internação por conta de uma hiperglicemia mais grave, levando a uma desidratação, levando a uma desorientação, podendo levar inclusive até o coma e infelizmente até a perda desse paciente”, explica a médica endocrinologista Flávia Marques Santos.
Alerta
Em julho de 2023, o Conselho Federal de Farmácia divulgou um alerta sobre a possível falta de insulina no país. O comunicado dizia que a empresa responsável pela produção da medicação informou que a partir de julho haveria indisponibilidade das insulinas humanas Regular e NPH na Farmácia Popular e na rede de farmácias para o tratamento da diabetes.
Pacientes diabéticos sofrem com a falta de insulina em Belém.
Pexels
O alerta não especificou se a distribuição das versões em caneta dessas insulinas seria afetada e também não mencionou se o SUS sofreria impacto.
O pedagogo Paulo César Prestes recebe a insulina por meio do Programa Farmácia Popular. O medicamento é adquirido de forma gratuita, mas também está em falta.
“Eu não consigo desde fevereiro. Já havia uma dificuldade antes de fevereiro, o que tava regularmente nas farmácias, às vezes, atrasava 15 dias. Isso foi piorando ao ponto de não ter mais insulina, as farmácias não estão mais recebendo”, diz.
A Casa do Diabético do Pará, que ajuda cerca de 300 pacientes com orientações sobre atendimentos e cuidados com a doença, tem recebido várias reclamações sobre a falta de insulina em Belém.
“A medicação não é barata, está em torno, mais ou menos, de 100 a 110 reais. Eles não precisam a data que a medicação vai chegar e isso é o mais preocupante, porque as pessoas precisam tomar insulina todos os dias”, afirma Rubilar Neves, presidente da Casa do Diabético.
Posicionamento
A Secretaria Municipal de Saúde informou que a aquisição de insulinas de ação rápida e lenta está em fase de regularização. A entrega dos medicamentos na secretaria está prevista para esta semana e o Cemo será imediatamente abastecido.
A secretaria disse ainda que adota uma abordagem preventiva na programação da aquisição de insulinas, iniciando os processos de compra com mais de seis meses de antecedência.
Já o Ministério da Saúde informou que o abastecimento das insulinas está regular no Sistema Único de Saúde. Em relação ao fornecimento pelo Programa Farmácia Popular, o ministério ressaltou que a estratégia atua de forma complementar à assistência farmacêutica do SUS, já que a maior parte dos usuários dessas insulinas são atendidos na rede pública de saúde.
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