17 de novembro de 2024

EUA pressionam Hamas para que aceite proposta de trégua em Gaza

Secretário de Estado dos EUA está em Tel Aviv para tentar destravar acordo entre grupo terrorista e Israel, que aceitou cessar-fogo. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o presidente de Israel, Isaac Herzog, durante reunião em Tel Aviv para tentar destravar o acordo de cessar-fogo em Gaza, em 19 de agosto de 2024.
Kevin Mohatt/ Reuters
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu nesta terça-feira (20) ao Hamas que aceite a última proposta americana de cessar-fogo na Faixa de Gaza, informou a Agência France-Presse (AFP). Ele afirmou que o tempo está se esgotando após mais de dez meses de guerra com Israel no território palestino.
Blinken, que chegou na terça-feira (20) ao Catar após sua passagem por Israel e Egito, assegurou aos jornalistas, antes de deixar o aeroporto de Doha, que o tempo “urge” para alcançar um cessar-fogo. Segundo ele, os Estados Unidos se opõem a uma ocupação israelense “a longo prazo” de Gaza.
O Exército israelense anunciou nesta terça que recuperou na Faixa de Gaza os corpos de seis reféns sequestrados em 7 de outubro no Sul do país, durante o ataque do Hamas que desencadeou a guerra.
Nas últimas semanas, Israel e Hamas se acusaram mutuamente de bloquear um acordo por um cessar-fogo e pela troca de reféns por palestinos presos em Israel, o que poria fim a uma guerra que já deixou milhares de mortos no território palestino.
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Blinken, que concluiu sua nona viagem ao Oriente Médio desde o início do conflito, reuniu-se em Doha com o ministro de Estado do Catar, Mohammed bin Abdelaziz al-Kulaifi. No entanto, não se encontrou com o emir Tamim Bin Hamad al Thani, como estava previsto.
Antes, Blinken se encontrou na cidade egípcia de El Alamein com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, que defendeu um “cessar-fogo em Gaza”.
O secretário de Estado americano avaliou na segunda-feira (19), depois de reuniões em Israel, que esta poderia ser “talvez a última oportunidade de trazer os reféns de volta para casa” e “obter um cessar-fogo”.
Segundo Blinken, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou a ele que seu governo “aceita o plano de acordo” para um cessar-fogo apresentado por Washington e pediu ao Hamas para “fazer o mesmo”.
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Negociações
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou o grupo terrorista palestino de “se distanciar” das negociações.
O Hamas respondeu que essas declarações “não refletem a posição real do movimento, que deseja alcançar um acordo de cessar-fogo” e, ao contrário, dão a “luz verde americana” para Israel continuar com a guerra.
Na sexta-feira (16), após dois dias de conversações em Doha entre os negociadores israelenses e os países mediadores – Estados Unidos, Catar e Egito -, Washington anunciou uma nova proposta de acordo, que foi rejeitada pelo Hamas.
O grupo palestino acusou os Estados Unidos de incluírem “novas condições” de Israel no plano apresentado por Biden no final de maio.
As “novas condições” se referem principalmente à manutenção de suas tropas na fronteira de Gaza com o Egito e “um direito de veto” à inclusão de alguns presos palestinos que poderiam ser trocados pelos reféns nas mãos do Hamas.
Em declarações reportadas por familiares de reféns sequestrados pelo Hamas, Netanyahu afirmou que Israel insistirá em manter o controle do Corredor Filadélfia, como é chamada a faixa fronteiriça que separa Gaza do Egito.
Essas declarações foram criticadas por um funcionário americano da comitiva de Blinken. “Declarações como essas não são construtivas para alcançar um acordo de cessar-fogo”, apontou o funcionário.
O Hamas aceitou em julho um plano apresentado por Biden no fim de maio e exige sua aplicação estrita. ste plano prevê, em uma primeira fase, seis semanas de cessar-fogo durante as quais as tropas israelenses se retirariam das áreas densamente povoadas de Gaza e uma parte dos reféns sequestrados em 7 de outubro seria libertada.
Em uma segunda fase, as tropas israelenses se retirariam totalmente da Faixa de Gaza.

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