17 de novembro de 2024

Seca dos rios põe 20 cidades em situação de emergência no Amazonas

As cidades do Alto Solimões, como Tabatinga, estão em situação mais crítica, com dificuldade para receber insumos e água potável. Vinte cidades estão em emergência por causa da seca no Amazonas
Vinte cidades estão em emergência por causa da seca no Amazonas.
As embarcações se deslocaram para o que antes era o fundo do Rio Solimões. Em Tabatinga – na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru -, quem não conseguiu chegar a tempo, encalhou. Aline é dona de um flutuante. A seca fez os turistas sumirem.
“Nosso sustento diário, quando o rio estava cheio, era a balsa flutuante”, conta a comerciante Aline Isabela.
As cidades do Alto Solimões, como Tabatinga, estão em situação mais crítica, com dificuldade para receber insumos e água potável. Depois da seca histórica de 2023, o governo do estado e representantes da sociedade civil se organizaram para minimizar os efeitos de uma nova estiagem, que em 2024 chegou mais cedo e atrapalhou o planejamento.
“Para vocês terem ideia, a mínima do ano passado, que foi o ponto mais crítico, aconteceu na primeira quinzena de outubro, e essa mínima provavelmente iremos alcançar no final deste mês. Ou seja, tivemos uma antecipação de aproximadamente dois meses comparando com o ano passado”, afirma o coronel Clóvis Araújo, secretário-adjunto da Defesa Civil/AM.
A tela mostra o monitoramento do Rio Solimões que é feito pela Defesa Civil. Para ter uma ideia do impacto da estiagem, em 20 de agosto de 2023, o nível do rio estava com 2,56 m. E, hoje, exatamente um ano depois, está com 7 cm.
O pesquisador Andre Martinelli explica que os efeitos da seca em Tabatinga são sentidos em Manaus e nas cidades banhadas pelo Rio Negro em um intervalo de até 20 dias.
“O que a gente observou em Tabatinga nas duas últimas semanas, na última quinzena, foi uma descida muito abrupta, e isso já começou a se refletir aqui em Manaus. O que a gente espera agora é justamente que essa onda de escassez de Tabatinga vai ser sentida, percebida, aqui no Rio Negro em Manaus”, diz Andre Martinelli, pesquisador em Geociências.
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