Dados foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Sala de aula em Praia Grande
Divulgação/Prefeitura de Praia Grande
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 dos alunos do Ensino Médio em Itanhaém e Santos (SP) registrou queda em relação ao divulgado anteriormente, em 2021. Cubatão, Mongaguá, Praia Grande e São Vicente registraram aumento no principal indicador de educação do Brasil, enquanto as demais cidades da Baixada Santista, no litoral paulista, mantiveram os resultados.
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Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (14) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). De forma geral, o índice mostrou melhorias pontuais em relação a 2021, mas apontou que os avanços registrados não foram suficientes.
O Ideb é o principal indicador da qualidade dos sistemas educacionais brasileiros. Ele é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho em Matemática e Português no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O índice é divulgado a cada dois anos.
Comparação Ideb 2021 x 2023
🔴 Cuidado ao interpretar os dados do Ideb?
A última edição do Ideb, de 2021, trouxe dados enganosos: foram colhidos em condições que acabaram “mascarando”, de forma não intencional, o verdadeiro retrato da educação brasileira na pandemia.
Os dois “ingredientes” do Ideb foram comprometidos, porque:
Parte das redes de ensino adotou a aprovação automática na pandemia (e teve, portanto, um Ideb artificialmente mais alto).
Pela primeira vez, também por causa da Covid-19, a porcentagem de alunos que fizeram a avaliação (Saeb) foi muito mais baixa em alguns estados, fornecendo dados estatisticamente pouco confiáveis.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, por exemplo, justamente na etapa em que as crianças enfrentaram dificuldades nos processos de alfabetização à distância, o Ideb nacional foi de 5,8 (uma flutuação muito discreta em relação aos 5,9 de antes da pandemia).
Sala de aula da Escola Municipal João Gonçalves Sobrinho, em Guarujá, litoral de São Paulo
Foto: Divulgação: Prefeitura de Guarujá/ Hygor Abreu
🔴Como o Ideb é calculado?
O cálculo do Ideb obedece a seguinte fórmula: Os resultados dos testes de Língua Portuguesa e Matemática são padronizados em uma escala de 0 a 10.
Depois, a média dessas duas notas é multiplicada pela média das taxas de aprovação das séries de cada etapa avaliada (anos iniciais, anos finais e ensino médio), que variam de zero a 100.
Exemplo: numa escola com desempenho no Saeb igual a 6 e taxa de aprovação de 90%, (0,90), o Ideb é igual a 6 vezes 0,9 = 5,4.
🔴De quanto em quanto tempo o Ideb é calculado?
O índice é divulgado a cada dois anos, em várias escalas: nacional (em cada etapa escolar), por rede (dos municípios e dos estados) e por escola.
O Inep define metas individuais e gerais, levando em conta o contexto de cada região. Desta vez, no entanto, não havia nenhum patamar definido como alvo pelo MEC.
Como dito no início da reportagem, no debate das metas, foi considerado apenas o período de 2007 a 2021. Até o final desse período, o Ideb deveria ser igual ou superior a:
6,0 nos anos iniciais do ensino fundamental;
5,5 nos anos finais do ensino fundamental
5,2 no ensino médio.
🔴Mudanças no Saeb
Em 2021, o Inep publicou a Portaria nº 10, estabelecendo diretrizes para um novo Saeb, com as seguintes mudanças:
Alteração do formato da prova, com aplicação digital;
Maior frequência da avaliação, passando a ser anual;
Ampliação das séries abrangidas, incluindo todos os anos a partir do 2º ano do ensino fundamental (em vez de selecionar apenas amostras);
Avaliação das quatro áreas do conhecimento definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas.
As mudanças seriam implementadas gradualmente. Até a edição mais recente do Saeb, apenas as áreas de conhecimento avaliadas foram alteradas.
São feitas as seguintes críticas ao modelo atual:
Os conteúdos avaliados não contemplam habilidades multidisciplinares e ficam presos apenas às disciplinas tradicionais;
Na edição de 2023, os conteúdos cobrados em português e matemática para o 5º e o 9º ano do ensino fundamental e para a 3ª série do ensino médio ainda não estavam alinhados à BNCC.
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