Bombeiros e brigadistas voluntários tentam conter as chamas nas serras da Moeda e do Cipó. Minas Gerais enfrenta o maior número de focos de incêndio dos últimos 14 anos
Minas Gerais enfrenta o maior número de focos de incêndio dos últimos 14 anos. A Serra da Moeda e o Parque Nacional da Serra do Cipó perderam mais de mil hectares de vegetação.
Mais de 50 voluntários, bombeiros e agentes do ICMBio atuam na região do Parque Nacional da Serra do Cipó.
“Nós estamos aqui em combate há três, quatro dias já. Mas a gente tem energia para superar e defender o que a gente ama”, afirma o brigadista voluntário Daniel Guimarães.
É uma região muito montanhosa. Nos locais de acesso mais difícil, as equipes só conseguem chegar de helicóptero. No fim de semana, o fogo se aproximou de comunidades e quase incendiou as casas.
Incêndios ameaçam áreas de proteção ambiental em MG
Reprodução/TV Globo
Uma região atingida pelos incêndios fica bem próxima de uma APP (Área de Preservação Permanente) que protege nascentes e córregos escondidos no meio da mata. Se o fogo alcançar essa vegetação, coloca em risco a função das árvores de, por exemplo, manter a umidade para evitar a seca, e absorver a água da chuva para o solo, que ajuda a abastecer as belíssimas cachoeiras da Serra do Cipó.
“Apesar da vegetação composta pelo Cerrado, que é uma vegetação que tem uma certa resistência ao fogo, essas matas de galeria, que acabam protegendo os cursos da água, realmente têm uma perda muito grande. A perda dessas matas de galeria é quase irreparável”, diz Sérgio Augusto Domingues, superintendente do Ibama em Minas Gerais.
Durante a tarde desta terça-feira (20), o ICMBio informou que conseguiu controlar os principais focos. O fogo atingiu quase 500 hectares da Serra do Cipó. A suspeita é de que o incêndio tenha sido criminoso.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Minas registrou mais de 3,6 mil focos de incêndios em vegetação do início de 2024 até segunda-feira (19). É o maior número, para o mesmo período, desde 2010.
Na Serra da Moeda, 60 bombeiros e brigadistas atuam no combate às chamas, que já dura dois dias. Eles lutam contra o vento forte que ajuda o fogo a se espalhar mais rápido. O incêndio começou em um ponto de ônibus nas margens da BR-040 e já se alastrou por cerca de 600 hectares, um quarto de toda a mata.
“Moradores ficaram temerosos quanto ao risco das chamas chegarem próximas a suas residências, mas as equipes que estavam no combate conseguiram realizar isso de forma adequada, preservando tanto a questão da natureza quanto o patrimônio, que é a vida das pessoas”, afirma o capitão Rodrigo Turci, comandante das operações na Serra da Moeda.
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