Concessionária está em recuperação judicial e assumiria rombo no orçamento para realizar pagamento. Justiça barra pagamento de R$ 7 milhões em bônus a diretores do alto escalão da Supervia
Mesmo em recuperação judicial, a Supervia pretendia gastar quase R$ 7 milhões em pagamento de bônus a diretores do alto escalão da empresa em setembro. Uma decisão da Justiça barrou o pagamento.
A concessionária alega que o bônus era por terem atingido metas operacionais. Na decisão, a Justiça destaca que isso traria um déficit de R$ 2,3 milhões no final do mês. O juiz diz que é inadmissível que, em um cenário de insolvência, com queda de todos os números dos negócios, a companhia reconheça que metas foram atingidas e desfalque o caixa para um pagamento exclusivo aos executivos.
O documento diz, no entanto, que o bônus pode ser remanejado para o fim do ano. O RJ2 perguntou para a Supervia quais foram as metas, mas a empresa respondeu que é um direito trabalhista e não deu detalhes.
Na mesma decisão, a Justiça também suspendeu a obrigação da Supervia de fazer obras de acessibilidade e reformas em estações e composições – melhorias previstas em um acordo assinado com o Ministério Público.
Em junho, a empresa entregou para a Justiça um documento dizendo que só teria condições de operar até o fim desse mês e pediu um aporte de R$ 120 milhões, o que foi negado pelo governo. Uma nova audiência está marcada para o dia 9 de setembro.
Em nota, a Supervia reconheceu que passa por enormes dificuldades financeiras e afirmou que, por causa dos recursos limitados, vem priorizando o investimento em segurança operacional e pagamento dos salários dos funcionários. A concessionária completa que confia na Justiça para poder seguir com a prestação do serviço.
A Secretaria Estadual de Transportes disse que segue atuando para que o serviço de trens não pare. A Procuraria Geral do Estado informou que as partes, empresa e governo, continuam negociando para encontrar uma solução amigável.