Jovem integra movimento de ocupação no curso de licenciatura em História, e discutia com vigilantes por conta do acesso à sala. Instituição afirmou que funcionário público foi desrespeitado e que porta foi danificada. Filmagem não mostrou momento da agressão, mas é possível ver estudante cambaleando e segurança com punho erguido
Reprodução
Um vídeo publicado em uma rede social mostra discussão que termina com um segurança da Universidade Federal do Acre (Ufac) supostamente agredindo um aluno durante uma discussão no Centro Acadêmico da Licenciatura em História (Caliceh), em Rio Branco, neste sábado (17). Esta é a alegação dada pelos estudantes que aparecem no vídeo.
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O jovem, identificado como Cristian Souza, integra um movimento de ocupação do centro. O g1 entrou em contato com Souza e não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
No momento do desentendimento, todo o grupo discutia com os vigilantes por conta do acesso à sala. As imagens mostram que um dos profissionais conversava tranquilamente com os estudantes, que questionavam que a sala havia sido depredada no dia anterior. Este segurança discordou, e alegou que os estudantes trocaram a fechadura do espaço para que a prefeitura do campus não tivesse acesso.
Souza discordou e perguntou se os seguranças tinham provas do que afirmavam, mas o vídeo não mostra ofensas ou agressões. Nesse momento, um outro segurança se exaltou e ordenou que o grupo saísse do local. Os estudantes negaram e disseram que ninguém ia sair.
As imagens mostram que eles entraram para outra parte da sala, momento em que dão as costas para os seguranças e é possível ouvir um som de impacto. O vídeo não mostra o momento, mas é possível perceber Souza cambaleando, e a filmagem volta aos seguranças, um deles com um punho erguido.
O profissional que se exaltou é contido pelo segurança que dialogava com os estudantes, e eles se retiram da sala sob gritos e xingamentos dos alunos.
Estudante é agredido durante discussão com segurança na Ufac
Repercussão
Toda a situação foi transmitida ao vivo em uma rede social. No dia seguinte, domingo (18), Souza e um outro estudante utilizaram a página do movimento de ocupação para criticar a ação. A União da Juventude Comunista no Acre afirma que os integrantes estão sendo barrados do acesso ao campus, o que é garantido pelo artigo 205 do regimento da Ufac.
O grupo afirma que sofre preconceito, uma vez que estudantes de outros cursos podem acessar o campus livremente. Em vídeo, Souza afirmou que vai tomar medidas legais contra o segurança e a própria Ufac.
“Cabe também falar que isso não é algo novo. Já vem acontecendo há cerca de quatro meses, que é quando a gente começa a ocupação do espaço do Centro Acadêmico de Licenciatura em História. Inclusive, na tarde de ontem (sábado, 17), eu fui agredido dentro do Caliceh. Todos os trâmites legais já estão sendo encaminhados para que o agressor venha a ser penalizado e as medidas também vão ser contra a Universidade Federal do Acre pela omissão de socorro ao aluno e se omitir ou mentir na sua nota, afirmando que o aluno não foi agredido depois e afirmando que foi agredido porque precisava ser agredido porque desrespeitou o funcionário público”, disse.
Ufac nega agressão
No dia da confusão, a Ufac publicou nota na qual negou que o estudante foi agredido e alegou que o segurança é quem foi desrespeitado. De acordo com a instituição, a ação foi necessária por conta do que chamou de invasão de prédio público e que os alunos danificaram o patrimônio público ao, segundo a Ufac, arrombar a porta do centro acadêmico. (Confira a nota após o texto)
“Esclarecemos que a invasão, o dano ao patrimônio público e o desacato a um servidor público são atos graves e serão devidamente investigados pelas autoridades competentes. A Ufac, como uma instituição de ensino superior, não coaduna com a depredação de bens públicos nem com a falta de respeito aos seus servidores”, disse.
Ainda segundo a instituição, o caso foi denunciada às autoridades, e serão tomadas medidas para a punição dos responsáveis pela suposta invasão e depredação.
Nota da Ufac
“A Universidade Federal do Acre (Ufac) vem a público esclarecer os fatos ocorridos neste sábado, 17 de agosto, no campus sede, em Rio Branco, relacionados ao incidente envolvendo a equipe de segurança patrimonial e alunos do Centro Acadêmico de História.
Contrariamente ao que tem sido veiculado, informamos que a equipe de segurança da Ufac não agrediu nenhum aluno. A ação da segurança foi necessária após a invasão de um prédio público, onde alunos arrombaram a porta, causando danos ao patrimônio público. Durante a ocorrência, o chefe da segurança da Ufac foi desrespeitado e desacatado pelos alunos presentes.
Esclarecemos que a invasão, o dano ao patrimônio público e o desacato a um servidor público são atos graves e serão devidamente investigados pelas autoridades competentes. A Ufac, como uma instituição de ensino superior, não coaduna com a depredação de bens públicos nem com a falta de respeito aos seus servidores.
A Ufac também se solidariza com o chefe da segurança do campus e reafirma seu compromisso com a integridade do patrimônio público e a segurança de toda a comunidade acadêmica. A situação foi devidamente denunciada às autoridades, e medidas serão tomadas para que os responsáveis sejam punidos de acordo com a lei.”
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