17 de novembro de 2024

Eleições 2024: entenda como ocorre o pleito em cidades com apenas um candidato à prefeitura

Nº de municípios que possuem único concorrente ao Executivo saltou de 95, na eleição de 2020, para 198, segundo TSE. Especialista alerta para risco ao processo democrático. Detalhe da urna eletrônica
Reprodução/TV Globo
O número de cidades brasileiras que contam com apenas um candidato à prefeitura mais do que dobrou entre as eleições de 2020 e 2024.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quantidade de municípios nessa situação saltou de 95 para 198.
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Para entender como ocorre o processo eleitoral nesses locais e eventuais riscos, o g1 conversou com Daniela Mendonça, advogada especialista em direito eleitoral. Veja abaixo perguntas e respostas:
🗳️ Do que o candidato único precisa para se eleger? Segundo Mendonça, a legislação determina que o candidato que receber a maioria dos votos válidos seja eleito.
Isso quer dizer que, no caso de haver um único concorrente, basta ele votar nele mesmo para ganhar a eleição.
“No caso de uma candidatura única, a legislação, quando ela estabelece para a escolha do prefeito e vice, ganha o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos, ou seja, excluídos os brancos e nulos. Então, basta que aquele candidato tenha a maioria dos votos, ou seja, se ele tiver um voto, ele está eleito. Se ele mesmo votar nele, ele ganha a eleição.”
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❓ E se o candidato não receber votos, o que acontece? Apesar de muito improvável, a possibilidade de o candidato único não receber sequer um voto existe.
Nesse caso, seria necessária uma nova eleição. Durante o período, quem assumiria a prefeitura seria o presidente da Câmara Municipal.
“Nesse caso, tem que ser feita nova eleição. Vão ter as eleições normalmente, e vai ser eleito o presidente da Câmara Municipal. O presidente da Câmara comunica a Justiça Eleitoral, é feita uma nova eleição, e enquanto isso, o presidente da Câmara também gerencia o poder Executivo”, afirma a advogada.
🆘 Quais os riscos de se ter apenas um candidato? Para a especialista, o cenário oferece riscos à democracia, a partir do momento em que a população tem apenas uma opção de escolha.
“Quando a gente fala em democracia, um dos viés é uma participação efetiva, de forma ativa ou passiva, da população nas eleições. Quando tem apenas um candidato na cidade, você percebe que está ferindo, de forma relevante, a representatividade dos eleitores daquela cidade, porque pode ser que muitos não estão de acordo com plano de governo, ideologia e princípios daquele candidato”, completa.
Perfil médio do candidato nas eleições gerais

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