Restos desse oceano foram encontrados pela histórica missão Chandrayaan-3 da Índia, que pousou no polo sul em agosto passado. A missão lunar da Índia encontrou restos de um oceano de magma no polo sul.
Divulgação/ISRO
O polo sul da Lua já foi coberto por um oceano de rocha líquida derretida, segundo os cientistas.
As descobertas apoiam a teoria de que o magma formou a superfície da Lua há cerca de 4,5 bilhões de anos.
Restos desse oceano foram encontrados pela histórica missão Chandrayaan-3 da Índia, que pousou no pólo sul em agosto passado.
A missão explorou essa área isolada e misteriosa onde nenhuma nave havia pousado antes.
As descobertas ajudam a apoiar uma ideia chamada teoria do Oceano de Magma Lunar sobre a formação da Lua.
Os cientistas acreditam que quando a Lua se formou, há 4,5 bilhões de anos, começou a esfriar e um mineral mais leve chamado anortosito ferroano começou a arrefecer flutuou para a superfície. Este anortosito ferroano – ou rocha derretida – formou a superfície da lua.
A equipe por trás das novas descobertas encontrou evidências de anortosito ferroano no pólo sul.
“A teoria da evolução inicial da Lua se torna muito mais robusta à luz das nossas observações”, disse Santosh Vadawale, do Laboratório de Pesquisa Física, que é coautor do artigo publicado na Nature nesta quarta-feira (21/8).
Antes da missão da Índia, a principal evidência da existência de oceanos de magma foi encontrada nas latitudes médias da Lua, como parte do programa Apollo.
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‘Momentos emocionantes’
Vandawale e sua equipe estiveram no controle da missão durante o Chandrayaan-3.
“Foram momentos realmente emocionantes. Sentar na sala de controle, movimentar o veículo espacial pela superfície lunar – foi realmente uma experiência única na vida”, diz o professor Vadawale.
Quando o módulo de aterrissagem da Índia, chamado Vikram, fez o seu célebre pouso suave no pólo sul em agosto passado, um veículo espacial chamado Pragyaan saiu do veículo.
O Pragyaan vagou pela superfície lunar durante 10 dias, enquanto Vadawale e seus colegas trabalharam 24 horas por dia, instruindo-o a coletar dados a 70 graus em latitude sul.
O robô foi construído para suportar variações de temperatura entre 70°C e -10°C, e poderia tomar suas próprias decisões sobre como navegar na superfície lunar irregular e empoeirada.
Foram necessárias 23 medições com um instrumento chamado espectrômetro de raios X de partículas alfa. Basicamente, isso incita átomos e analisa a energia produzida para identificar os minerais do solo lunar.
A equipe de cientistas também encontrou evidências de uma enorme queda de meteorito na região há 4 bilhões de anos.
Acredita-se que a queda tenha causado a bacia do Polo Sul-Aitken, que é uma das maiores crateras do sistema solar, medindo 2.500 km de diâmetro.
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Fica a cerca de 350 km do local explorado pelo rover Praygam da Índia.
Mas os cientistas detectaram magnésio, que eles acreditam ter vindo das profundezas da Lua, expelido pela queda e impulsionado para a superfície.
“Isso teria sido causado por um grande impacto de um asteroide, expelindo material dessa grande bacia. No processo, também escavou uma parte mais profunda da Lua”, disse o professor Anil Bhardwaj, diretor do Laboratório de Pesquisa Física da Índia.
As descobertas são apenas alguns dos dados científicos recolhidos durante a missão Chandrayaan-3, que espera descobrir água gelada no Polo Sul.
Essa descoberta seria uma mudança para os sonhos das agências espaciais de construir uma base humana na Lua.
A Índia planeja lançar outra missão à Lua em 2025 ou 2026, quando espera coletar e trazer de volta à Terra amostras da superfície lunar para análise.
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