17 de novembro de 2024

Jovem com a ‘pior dor do mundo’ cita melhora após implantar bomba de analgésicos, mas pede cautela: ‘Não sei se é momentânea’

Em rede social, Carolina Arruda contou na tarde desta quinta-feira (22) sobre a melhora. Ela está internada na Santa Casa de Alfenas. Carolina Arruda disse que a dor diminuiu
Carolina Arruda/Arquivo Pessoal
“Não quero criar falsas esperanças, mas a minha dor diminuiu muito”, contou Carolina Arruda, que tem neuralgia do trigêmeo, e que, no último sábado (17), implantou uma bomba de analgésicos para aliviar a “pior dor do mundo”.
O procedimento, feito na Santa Casa de Alfenas, tem o objetivo de complementar os efeitos dos neuroestimuladores já implantados em outra cirurgia, feita no final de julho.
“Eu não se ela vai ficar assim, mas eu estou com uma dor basal nível 4. Você tem noção disso? Eu estou ficando com uma dor menor. Faz anos, anos que a minha dor não diminui assim”, celebrou Carolina Arruda.
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Apesar da melhora, Carolina demonstrou cautela.
“Eu não sei se essa melhora é momentânea ou se vai manter assim. Eu não queria que divulgassem como se fosse um milagre, pois eu não sei se vai manter assim. Tanto é que esperei duas horas para ter certeza que ficaria estável por um tempo bom. Enfim, tenham em mente que isso pode ser temporário, pode diminuir mais ou pode voltar a aumentar. Por favor, entendam isso”, ressaltou.
Bomba de analgésicos
Segundo o médico responsável pelo tratamento, Carlos Marcelo de Barros, o dispositivo administra analgésicos especificamente no espaço intratecal, ao redor da medula espinhal, permitindo que uma menor quantidade de medicamento alcance diretamente os receptores de dor na coluna vertebral, sem passar pelo sistema circulatório.
“Uma vez que a bomba libera os medicamentos nos receptores da dor diretamente próximos da coluna vertebral, ao invés de viajar através do sistema circulatório, podem aliviar a dor com uma pequena fração em comparação com doses de medicamentos orais”, explicou.
Inicialmente, os medicamentos escolhidos para a bomba são a morfina e a bupivacaína, um potente anestésico local, que poderão ser ajustados ao longo do tratamento conforme a necessidade.
“Para alguns medicamentos, o uso da bomba aumenta a potência dele em 300 vezes e reduz efeitos colaterais, reduz efeitos adversos, então uma terapia analgésica muito potente, porque ela entrega o remédio diretamente no sistema nervoso central, onde ele precisa agir”.
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Carolina Arruda, de 27 anos, é natural de São Lourenço, no Sul de Minas, e mora em Bambuí, no Centro-Oeste.
Ela é estudante de medicina veterinária, casada há três anos e mãe de uma menina de 10 anos. A jovem começou a sentir as dores aos 16 anos, quando estava grávida e se recuperava de dengue.
A dor e o desgaste de Carolina com a doença são tão intensos, que fizeram ela tomar a decisão para pôr fim ao sofrimento. Ela iniciou uma campanha na internet para conseguir recursos financeiros e ser submetida ao suicídio assistido na Suíça.
Carolina foi internada no dia 8 de julho na Santa Casa de Alfenas. Nesta primeira internação, a estudante ficou no hospital durante duas semanas. No dia 22 de julho, após receber uma alta temporária, ela relatou ter notado redução na frequência e duração das crises de dor.
A jovem voltou a ser internada no dia 26 de julho e, no dia seguinte, passou por uma cirurgia de implante de eletrodos para estimular os nervos e bloquear a transmissão da “pior dor do mundo” ao cérebro. Ao g1, o marido dela disse que estava esperançoso.
No dia 17 de agosto, ela foi submetida a uma segunda cirurgia, quando foi implantada a bomba de analgésicos para complementar os efeitos dos neuroestimuladores já implantados
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