Resgate aconteceu na tarde de quarta-feira (21). Ele está internado com um quadro grave de desnutrição na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da zona oeste. Casas de acolhimento atendem crianças vítimas de violência na região
Reprodução/TV TEM
O bebê de três meses que foi abandonado pela mãe e entregue a um desconhecido em um bar para usar drogas no Parque São Bento, em Sorocaba (SP), não tinha certidão de nascimento, segundo o Conselho Tutelar. O resgate aconteceu na tarde desta quarta-feira (21) e a criança está internada com um quadro grave de desnutrição na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da zona oeste.
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Além do bebê, as irmãs dele, de dois e três anos, também foram resgatadas após a mãe ser encontrada em outro bar com elas ao lado. Elas também foram levadas à UPH, mas foram liberadas em seguida. As meninas estão em uma casa de acolhimento da cidade.
Conselheira atendia outro caso no bairro
Conforme apurado pela TV TEM, o Conselho Tutelar e a Guarda passavam pelo bairro para atender outra ocorrência, quando vários moradores pararam a viatura para pedir ajuda. A conselheira e os guardas foram levados até o bebê e o homem ao qual a mãe havia entregado o filho.
O homem estava embriagado e disse que a mulher deixou a criança no bar e saiu para usar drogas e que, por isso, ele tentou deixá-lo com alguém responsável. O menino foi levado pela conselheira e o homem acompanhou os guardas municipais até um bar onde estaria a mulher.
“Segundo relato dos munícipes, a mãe seria usuária de droga e essa criança teria sido passada de mão em mão e ali não tinha nenhum responsável”, explicou Weidy Loren Sousa Salles, conselheira tutelar que atendeu o caso.
Ao chegarem no estabelecimento, a mãe do bebê apareceu com outras duas crianças. Ao ser abordada, ela contou que morava com a avó dos filhos e levou a equipe até a casa dela, onde foi constatado que a mulher, na verdade, morava sozinha com as crianças.
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O bebê aguarda por uma vaga de internação em algum hospital da região via Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) e deve ser levado ao Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci) para receber atendimento adequado.
“Agora as crianças estão protegidas, foram encaminhadas para um abrigo. A gente estará comunicando o Ministério Público, o registro do boletim de ocorrência foi feito, então cabe uma parte ao Ministério Público e outra à polícia”, completa a conselheira tutelar.
O caso será investigado como abandono de incapaz pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
Bebê de três meses é internado após ser abandonado com desconhecido em bar de Sorocaba
Mais de 400 atendimentos no semestre
Segundo a prefeitura, o Conselho Tutelar de Sorocaba atendeu 457 casos que foram encaminhados para o serviço de Escuta Especializada para crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência e abuso sexual nos primeiros seis meses do ano. O número é ainda 53% maior do que o registrado em 2023, quando 297 casos foram atendidos.
O objetivo do programa é para que as crianças ou adolescentes falem apenas uma vez sobre a situação vivenciada e recebam todos os encaminhamentos necessários, sem precisar reviver o trauma da violência sofrida ou presenciada.
“Os casos chegam via Conselho Tutelar, mas também podem ser por escolas, pela rede de atendimento em saúde, Delegacia de Defesa da Mulher, entre outros serviços”, reforçou.
O atendimento é uma parceria entre as secretarias da Cidadania e da Saúde com o Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci), com participação do Ministério Público, do Conselho Tutelar e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e dos Adolescentes (CMDCA).
Conforme a prefeitura, o tipo de violência mais frequente é o sexual e a maior parte é praticada dentro de casa, o que, segundo a administração municipal, significa que “os agressores fazem parte da família ou são bem próximos a ela”. Conforme o Conselho Tutelar, na maior parte das vítimas de 6 a 11 anos de idade e é do sexo feminino. Já a maioria dos agressores é do sexo masculino.
O que fazer?
A Coordenadora dos direitos das Crianças e dos Adolescentes de Sorocaba Ana Lúcia de Paula Batista explica que, caso alguém note que a criança passa por alguma situação de abuso psicológico ou sexual, é preciso conversar com ela para ver se esboça alguma reação e, após isso, entrar em contato com o Conselho Tutelar pelos números (15) 3235-1212 durante o dia, 125 durante a noite ou finais de semana, ou até mesmo pelo Disque 100 aos fins de semana. A denúncia pode ser feita de forma anônima.
“Essa criança será encaminhada para a escuta especializada, onde nós teremos uma equipe para ouvi-lá. A escuta foi criada para que a criança tenha que relatar, reviver o caso que ela passou apenas uma vez, então a criança não precisa contar isso lá no Conselho Tutelar, depois novamente para a escuta, novamente para a delegada. Apenas uma vez”, explica.
Após passar pela escuta especializada, um boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) é registrado e a criança é encaminhada para as unidades como Centro de Referência Especializado em Atendimento Social (Creas) ou Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
“Ela [a criança] pode ser retirada do meio [familiar] até por uma medida de precaução. Muitas vezes ela fica com a família extensão, um tio, a avó, dependendo do conselheiro que estiver atendendo e identificando a demanda, ou até mesmo pode ser encaminhada emergencialmente para um abrigo. A denúncia pode ser feita anonimamente, nós temos vários canais de comunicação, o telefone do conselho tutelar.
Casos de violência contra crianças são investigados pela DDM de Sorocaba (SP)
TV TEM/Arquivo
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